CSN avalia IPO no setor de minério de ferro

Mineração

“Estamos considerando o próprio IPO da mineração”, disse o presidente da empresa (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A 💥️CSN (💥️CSNA3) está avaliando fazer uma oferta inicial de ações (💥️IPO) de seus negócios de produção de minério de ferro, retomando ambições de anos atrás e que foram interrompidas com o colapso econômico brasileiro.

A afirmação foi feita pelo presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, em teleconferência com analistas nesta quinta-feira, após divulgação de 💥️resultado trimestral acima do esperado na noite de véspera.

Reafirmando a intenção da empresa de reduzir sua dívida líquida “o mais rápido possível” para 20 bilhões de reais, ante 27,1 bilhões no fim de 2023, Steinbruch afirmou no final da teleconferência que “estamos discutindo não só a venda da SWT (usina siderúrgica alemã)…estamos considerando o próprio IPO da mineração”.

O executivo não deu detalhes dos planos. O comentário acontece no momento em que mais de 20 empresas fizeram registros para IPOs junto à CVM apenas neste ano.

Os negócios da CSN em produção de minério de ferro estão concentrados na unidade CSN Mineração, que opera a mina de Casa de Pedra, em Congonhas (MG), e que até recentemente eram alvo também da CSN de planos para vendas de participações e produções futuras por meio de contratos de “streaming”.

A área deve atingir produção de 40 milhões de toneladas em 2023, após 38,5 milhões no ano passado, disse na teleconferência o diretor de mineração, Enéas Diniz. Segundo ele, as fortes chuvas que atingiram Minas Gerais no final de 2023 e no início deste ano afetaram o ritmo da produção e de embarques portuários, mas essa situação deve ser normalizada em abril.

Às 14h12, a ação da CSN cedia 0,5%, enquanto o Ibovespa tinha queda de 2,3%.

Preços de aço

Steinbruch também foi incisivo sobre novos aumentos de preços de aço que a CSN pretende implementar no Brasil entre abril e maio e citou como justificativa a queda de quase 16% do real ante o dólar apenas neste ano, além de altas de custos com matérias-primas.

“Certamente vou ser obrigado, por custos e desvalorização (do real ante o dólar) ter um aumento de mais de 10% para todo tipo de produtos e segmentos em abril e maio”, disse o presidente da CSN.

“4,60 veio pra ficar. (O próximo reajuste) Vai ser para recomposição de preços”, acrescentou o Steinbruch referindo-se à cotação da moeda norte-americana.

O reajuste vai se seguir a aumentos que a empresa diz ter aplicado em janeiro, fevereiro e março para distribuidores e grandes clientes industriais, como montadoras de veículos e fabricantes de eletrodomésticos, e o setor de construção civil, disse o diretor comercial, Luis Fernando Martinez.

Segundo ele, o chamado “prêmio”, a diferença entre o preço do aço importado nacionalizado no Brasil e o produto fabricado no país, está negativo em 2% a 8%, com a cotação do dólar entre 4,40 e 4,70 reais.

“Teoricamente, deveria anunciar novo aumento em abril, maio mas a cadeia também tem que continuar comprando”, disse o executivo ao ser questionado sobre a capacidade da CSN de implementar os novos reajustes.

Martinez afirmou que a CSN elevou preços de aço para montadoras em 5% em janeiro e reajustou para cima (10%) os valores para distribuidores no mesmo mês. Em fevereiro, a empresa subiu preços de galvanizados em 7% e em março aplicou outro aumento de 10% na distribuição.

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