Soja brasileira é porto seguro em meio ao pânico global

Soja

O movimento se deve em grande parte à alta do dólar em relação ao real, que torna as exportações brasileiras mais competitivas (Imagem: REUTERS/Enrique Marcarian)

Para quem quiser se proteger da turbulência global, talvez seja hora de buscar refúgio no mercado de 💥️soja do Brasil.

Os preços da soja no país, maior exportador global do produto, subiram nas últimas semanas mesmo com a queda da maioria dos mercados de commodities devido ao impacto do surto de 💥️coronavírus.

O movimento se deve em grande parte à alta do 💥️dólar em relação ao real, que torna as exportações brasileiras mais competitivas.

Os preços da soja subiram para o nível mais alto desde outubro de 2018 no mercado doméstico, retomando os níveis vistos durante a guerra comercial 💥️China& 💥️EUA, que impulsionou a demanda pelas exportações brasileiras.

O rali ocorre apesar de a colheita estar bem adiantada na América do Sul, quando normalmente os preços caem com o aumento da oferta.

Por outro lado, os contratos futuros da soja para entrega em maio negociados em Chicago, a referência mundial, acumulam queda de cerca de 10% este ano.

“Com os preços no atual patamar e a safra recorde, os produtores terão uma rentabilidade muito boa neste ano”, disse Leon Davalo, da corretora de grãos Granos, em Campo Grande.

O dólar acumula alta superior a 15% em relação ao real em 2023. Com isso, a moeda brasileira tem o pior desempenho global e é negociada em mínimas históricas.

Esse movimento provocou alguns bolsões inesperados de estabilidade, longe da onda vendedora que domina ações e commodities globais à medida que a crise de saúde desacelera as economias.

Com a turbulência no mercado de câmbio, usinas de 💥️açúcar brasileiras fizeram hedge dos embarques em níveis muito maiores do que o normal no início deste ano, o que proporcionou certa proteção agora que os preços da commodity estão em queda.

As 💥️exportações de 💥️carne do país também devem se beneficiar da alta do dólar.

No caso da soja, agricultores brasileiros agora aumentam as vendas para aproveitar os ganhos dos preços domésticos.

Com a alta do dólar, as vendas para a temporada 2023-2020 deram um salto para 61% da safra em 6 de março em relação aos 50% um mês antes, de acordo com Luiz Fernando Roque, analista da consultoria Safras & Mercado.

As vendas antecipadas para a próxima safra também aceleraram, com ofertas próximas dos preços à vista, um movimento atípico.

Ainda assim, as vendas podem começar a desacelerar, já que os preços perto de níveis recordes tendem a esfriar a demanda, disse Roque.

Exportadores estão abastecidos em termos de volume e, provavelmente, em posição confortável o suficiente para aguardar uma queda nos preços domésticos.

As usinas de cana-de-açúcar haviam feito hedge de 78% das exportações esperadas para a temporada 2023-2021 até 5 de março, um salto em relação à média de 50% para esta época do ano nas últimas cinco temporadas, segundo a Archer Consulting.

Isso significa que grande parte da safra está protegida pela baixa do mercado. Os preços do açúcar podem continuar em queda, já que o colapso das cotações do petróleo diminui o apelo do etanol e incentiva usinas a transformar mais cana em açúcar, em vez do biocombustível.

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