Sangue, suor e (talvez) menos lágrimas para as commodities agro nesta terça
Mercados testam a recuperação cautelosa dos tombos das bolsas na véspera (Imagem: Reuters/Aly Song)
Apesar da total falta de alento positivo na relação pandemia versus economia, a terça (10) está com jeito de marcar um dia de recompra de ativos. Os investidores ainda não abandonaram o lado vendedor, mas o efeito manada da segunda pode dar lugar a um movimento de oportunidades nos futuros agrícolas e cicatrizar alguns ferimentos da segunda.
O crash do petróleo, em menos 30%, trazendo junto todas as commodities, deixou tudo muito barato, o que estimula um pouco o bumerangue do risco. O barril do Brent avança mais de 8%, trazendo em Londres o preço em torno dos US$ 37, por volta da das 8h15 (Brasília).
“Os investidores irão às compras sem se exporem na expectativa de novos desdobramentos”, avisa Marcus Magalhães, analista. Ou seja, uma na pata e outra na ferradura, como diz o ditado, é quase que um processo de consolidação de baixa.
Em paralelo, “os vendedores (brasileiros e argentinos) saíram do mercado”, o que ajuda na melhora do ambiente, informa Vlamir Brandalizze. O argentinos também iniciam um lockout contra as retenciones.
A soja perdeu 2,38% na véspera e agora avança 1,05% (US$ 8,79), o milho foi 0,86% menor e está em 0,97% positivo, o açúcar ensaia alta 0,40% contra o recuo pesado e o algodão tenta reverter a baixa de 1,58% para mais 1%, todos no vencimento maio.
O café na segunda até que reverteu a queda com que percorreu boa parte do dia, quando fechou em 1,80 pontos, somando fundamentos menos dependentes da crise global. Vai, também no contrato maio, a 2,55% acima.
Para o analista da Brandalizze Consulting, o mercado deverá se acomodar e deverá haver uma recuperação, ainda que não seja para já o retorno às variáveis firmes da soja, por exemplo. O déficit global está no radar e espera-se a volta da China às compras do produto americano.
E para Magalhães, também CEO da MM Cafés, o “cenário é construtivo” para o café.
A volatilidade não foi embora, mas se desenha a frente um “novo mundo”, a começar por mudanças na logística just in time do comércio global, de modo que “os longs aumentarão, os estoques globais desenharão uma curva de baixa e as bolsas ganham firmeza”. Mudança lenta, sem hora exata para começar, mas que veio para ficar, complementa Marcus Magalhães.
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