Banho de sangue do petróleo afeta empresas de Kuala Lumpur a Oklahoma

A queda de 25% nos preços do petróleo na segunda-feira trouxe medo e pavor já bastante conhecidos às economias excessivamente dependentes dos hidrocarbonetos (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

O novo partido que governa a Malásia acaba de anunciar seu gabinete e pode enfrentar um voto de desconfiança em dois meses.

Mas o primeiro-ministro Muhyiddin Yassin tem preocupações maiores antes disso: uma queda anual de 45% nos preços do 💥️petróleo que está gerando sérios problemas financeiros ao país de 32 milhões de habitantes.

Do resplandecente conjunto de duas torres de 88 andares no centro de Kuala Lumpur, que abriga a Petronas, petrolífera estatal da Malásia, até o centro da cidade de Oklahoma, onde reside a Continental Resources, maior produtora de ✅shale oil dos 💥️EUA, uma mesma pergunta paira sobre os executivos da indústria petrolífera: quando todo esse caos vai acabar?

A queda de 25% nos preços do petróleo na segunda-feira (9) – a maior em três décadas por causa de uma guerra de preço e produção entre os titãs da 💥️Opep + 💥️Arábia Saudita e Rússia – trouxe medo e pavor já bastante conhecidos às economias excessivamente dependentes dos hidrocarbonetos: aperto fiscal crônico, perdas orçamentárias e distúrbios financeiros.

💥️Nova camada de incerteza: o coronavírus

Embora toda essa ansiedade tenha existido durante boa parte da última década, a diferença é que as ameaças agora são muito maiores, em razão das incertezas geradas pela epidemia de coronavírus.

“O petróleo está enfrentando a tempestade perfeita que ninguém imaginava: um racha na Opep, seguido de uma briga entre sauditas e russos por participação de mercado e isolamento de cidades na Itália e outras partes do mundo por conta do coronavírus”, afirmou John Kilduff, sócio fundador do hedge fund de energia Again Capital, de Nova York.

E, como diz o ditado popular, as coisas ainda podem piorar antes de melhorar.

Mas piorar até que ponto? Bem, o 💥️Goldman Sachs, a principal voz de 💥️Wall Street no setor de energia, está prevendo que os preços do petróleo podem cair até US$ 20 por barril. Trata-se de um nível nunca visto em 18 anos.

WTI Futuros

No caso da Malásia, por exemplo, estima-se que cada dólar perdido no barril de petróleo gere uma perda de até 300 milhões de 

Brent Futuros Semanal

Antes do derretimento do petróleo neste ano, o parlamento da Nigéria havia aprovado um orçamento recorde de 10,59 trilhões de 

Citando dados de registros da Haynes and Boone sobre falências de prestadoras de serviços a campos petrolíferos, a Forbes declarou que houve seis novos pedidos do tipo no 4T2019.

Até agora em 2023, a Pioneer Energy Services  foi a única grande prestadora de serviços a campos petrolíferos a entrar no Capítulo 11 de falências, afirmou o periódico.

Na agitação de mercado desta segunda-feira, a ExxonMobil e a Chevron, duas das maiores petrolíferas do mundo que também aumentaram sua atuação em campos de ✅shale, viram suas ações se desvalorizarem 12% e 15%, respectivamente.

A Rosneft, principal empresa de energia da Rússia, afundou 21% durante o pregão de Londres, enquanto a petrolífera estatal Saudi Aramco, da Arábia Saudita, perdeu apenas 5,5% nas negociações controladas na bolsa local.

Mas as ações das empresas produtoras de ✅shale oil de pequeno e médio porte, principalmente as altamente endividadas e que ganham apenas uma fração do que as multinacionais ganham, sofreram um grande choque.

A Continental Resources afundou 52,5%. A EOG Resources se desvalorizou 32%, enquanto a Parsley Energy  despencou 39% e a Diamondback Energy mergulhou 44,7%.

Algumas empresas anunciaram imediatamente corte de gastos para reduzir o dispêndio de capital.

A Diamondback Energy cortou de nove para seis suas equipes de completação, dois cortes a mais do que o previsto. A produtora de ✅shale oil afirmou que também reduzirá o dispêndio de capital, embora não tenha especificado a quantidade.

A Parsley Energy declarou que reduziu sua perspectiva de fluxo de caixa livre em 2023 para US$ 85 milhões, em comparação com o prognóstico anterior de pelo menos US$ 200 milhões, além de anunciar uma desaceleração da atividade geral.

A EOG Resources também planeja cortar os gastos para proteger a distribuição de dividendos aos seus acionistas e divulgará detalhes posteriormente.

“Alguns produtores de ✅shale oil se recuperarão dessa situação e outros podem até mesmo acabar ganhando mais participação de mercado”, afirmou Fred Kempe, diretor e presidente da Atlantic Council, think-tank com sede em Washington.

“Mas todos eles vão acabar perdendo receita. Esse será o efeito de toda essa guerra de preços no petróleo. Você pode ganhar alguma participação de mercado, mas vai acabar perdendo mais receita com o tempo.”

O que você está lendo é [Banho de sangue do petróleo afeta empresas de Kuala Lumpur a Oklahoma].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...