Com mix favorável ao açúcar, exportação do Brasil pode disparar 10 milhões tonelada
Com um mercado global deficitário em mais de 9 milhões de toneladas,, (Imagem: REUTERS/Pascal Rossignol)
A situação atual do 💥️coronavírus e a guerra de preços de 💥️petróleo entre 💥️Rússia e 💥️Arábia Saudita devem tirar a competitividade do etanol frente à 💥️gasolina no Brasil, fazendo com que as usinas brasileiras destinem ainda mais cana para a produção de açúcar, com potencial de elevar o excedente exportável do país, segundo analistas.
Para Júlio Maria Borges, sócio-diretor da JOB Economia, essa situação dos mercados tem potencial de elevar a destinação de cana para o açúcar na safra 2023/21 para 46%, aumento de cerca de 10 pontos percentuais ante a temporada que se encerra agora em março.
Com um mercado global deficitário em mais de 9 milhões de toneladas, segundo projeção da Organização Internacional do Açúcar (OIA), já havia expectativa de que o Brasil se aproveitaria dessa situação do balanço de oferta e demanda, algo que pode ser acentuado.
“Estamos aceitando neste momento exportação maior de açúcar, na faixa de 10 milhões de toneladas (de aumento).
O mix iria para 46% de açúcar, o que repete a situação de 2016”, disse Borges, explicando que os embarques do Brasil cresceriam para 29-30 milhões de toneladas, ante estimadas 19 milhões no ciclo que está se encerrando.
Ele comentou que, na medida em que deve faltar preço para o etanol atrair consumidores, com a gasolina ficando mais barata diante da derrocada dos preços do petróleo, a usina vai maximizar a produção de açúcar, “o que derruba o preço do açúcar em um segundo momento”.
Nesta quinta-feira, a 💥️Petrobras (💥️PETR4; 💥️PETR3) ranunciou que reduzirá o preço da gasolina em 9,5% nas refinarias, a partir de sexta-feira, enquanto o do diesel cairá 6,5%.
Já o preço do 💥️petróleo Brent recuou cerca de 50% em 2023, com a queda sendo acentuada nesta semana.
O consultor ressalvou que, no momento, o dólar forte dá uma “proteção, pelo menos parcial” ao setor.
Menos competitivo, o etanol hidratado (concorrente da gasolina) poderá sofrer uma redução no consumo após dois anos em que a demanda cresceu fortemente (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)
“Isso protege o açúcar, assim como protege o álcool da importação americana. É uma proteção parcial e pode ser temporária, porque este câmbio alto, ele é acima do equilíbrio, ele pode recuar. Se o ambiente econômico global se ameniza ao longo do tempo, esse câmbio recua.”
Outro atenuante é que as usinas já fixaram preços para a exportação de açúcar de quase toda a safra, e a cotações muitos boas, disse Borges. “Isso vai realmente ajudar.”
O sócio-analista da 💥️Agroconsult Fabio Meneghin concordou que o mix pode mudar se os preços do petróleo e da gasolina se consolidarem em patamares mais baixos, “talvez uns 4 ou 5 pontos percentuais a mais para o açúcar”.
Neste caso, haveria mais pressão sobre os preços e menor rentabilidade para as usinas, acrescentou ele.
Menor consumo de etanol
Menos competitivo, o 💥️etanol hidratado (concorrente da gasolina) poderá sofrer uma redução no consumo após dois anos em que a demanda cresceu fortemente, atingindo um recorde em 2023, o que resultou em um baixo mix para o açúcar historicamente, o que acabou tirando o Brasil do posto de maior produtor global.
Claudiu Covrig, analista de açúcar da S&P Global Platts, disse que já reduziu a estimativa de consumo de etanol no Brasil em 2023 em 2,4%, estimando que 40% da cana será usada para produzir o adoçante.
Ao mesmo tempo, a Platts aumentou a projeção de demanda de gasolina em 7,5%.
“Mas se o mix de açúcar avançar para 42%, adicionando cerca de 1,6 milhão de toneladas de açúcar ao mercado, ou para 44%, adicionando 3,2 milhões de toneladas de açúcar, reduziremos mais a demanda do etanol hidratado”, disse Covrig.
O corte de preços da gasolina da Petrobras, apesar de grande, ainda está longe da queda nos preços do combustível nos 💥️Estados Unidos.
Os futuros de gasolina dos EUA estão cerca de 20% mais baixos ante o valor da última segunda-feira, mostraram os dados da Refinitiv.
Os preços do açúcar bruto em Nova York estenderam as perdas após a notícia da Petrobras, caindo mais de 5% e atingindo uma mínima da sessão de 11,53 centavos de dólar por libra-peso. Os futuros reduziram algumas das perdas posteriormente.
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