Operadoras de saúde negligenciaram riscos para catástrofes, avalia Credit Suisse
Os custos adicionais com UTI podem fazer com que as seguradoras desembolsem centenas de milhões de reais a mais (Imagem: Pixabay)
Há um risco real de catástrofe para as seguradoras de saúde. Esta é a percepção desconfortável obtida ao ler um relatório publicado na noite desta segunda-feira (24) por um grupo de analistas do setor financeiro e de saúde do 💥️Credit Suisse.
Segundo os analistas Marcelo Telles, Mauricio Cepeda e Otavio Tanganelli, a crise do 💥️coronavírus foi a “consumação de um risco catastrófico muitas vezes negligenciado para as seguradoras de saúde e similares”.
O problema está no fato de que as operadoras brasileiras se baseiam em taxas de sinistralidade apertadas. Por exemplo, para cada um real recebido dos clientes elas gastam cerca de 70% a 80% em custos médicos para os clientes, considerando as mais eficientes.
“No entanto, o novo evento de pandemia desencadeou um uso global imprevisto de UTIs e outros auxiliares respiratórios de alto custo. Ao conversar com agentes do setor, eles declaram não ter nenhum resseguro, que é considerado ‘muito caro'”, revelam os analistas.
O maior impacto se dá na exposição aos clientes com a idade superior a 65 anos.
A SulAmerica pagaria R$ 202 milhões, cerca de 10,3% dos lucros.
A Prevent Senior desembolsaria R$ 381 milhões.
A Porto Seguro gastaria apenas R$ 7 milhões. O número representa 0,3% do lucro.
As estimativas consideram apenas alguns custos simplificados de UTI (Imagem: Arquivo/Agência Brasil)
“Apesar do potencial impacto negativo (sob essa suposição simplificada), a maioria das empresa será solvente o suficiente para lidar com o impacto, com um efeito muito mais significativo em quem possui uma maior presença em vidas acima de 65 anos, como a Prevent Senior. Vale ressaltar que o impacto parece bastante pequeno para o Bradesco e a Porto Seguro”, avalia o Credit Suise.
As estimativas consideram apenas alguns custos simplificados de UTI, deixando de fora os gastos adicionais para os pacientes que não atingem um estado mais crítico.
O Credit Suisse ressalta que apenas o acompanhamento da pandemia no Brasil poderá fornecer dados para uma projeção mais acurada, como o tempo de duração dos casos.
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