Ainda há garimpagem com potencial no mercado futuro do agro na B3, com volatilidade e tudo
Milho é uma das commodities com pontencial para o mercado futuro no Brasil (Imagem: REUTERS/Marcelo Teixeira)
A liquidez dos mercados futuros na B3 (B3SA3) é prejudicada pelas incertezas sobre os produtos agropecuários neste momento de crise global, mas ainda é possível garimpar potencialidades de ganhos contra as diferenças para os preços do físico que estão acima.
Apesar das dúvidas que cercam a conjuntura de cada setor e da economia como um todo, algumas tendências, ainda que tênues, podem proporcionar apostas de posições de compra contra os spreads. Especialmente no boi e milho.
O mercado de opções & put (venda) e call (compra) & está mais complicado pela volatilidade que infla os prêmios, mas também oferece oportunidades de gerenciamento de risco.
No caso dos futuros, segundo exemplos de Felipe Simonsen, da Guide Investimentos, o boi gordo pelo indicador Esalq estava ao redor de R$ 201,00 (ontem), contra o futuro de abril a R$ 190,00 e o de maio a R$ 183,00 por volta das 14hs desta quinta (9). O volume de negócios não passava de 400, para contratos em aberto (em todos os vencimentos) de pouco mais de 10 mil.
Há indicações de a China voltando às compras, apesar de que os volumes não serão mais os mesmos de 2023, além de questões ainda pendentes contra a oferta de proteína animal naquele mercado. É o caso da restrita disponibilidade ocasionada pelo estrago da peste suína africana, recorda Simonsen.
No caso do milho, ele acha ainda mais interessante, com os spreads girando nos R$ 10,00, apesar de que existe no radar a chegada da oferta do milho safrinha. Ao meio-dia o volume de lotes transacionados estava em 2,3 mil.
“Em algum momento haverá alinhamento dos futuros e físico”, acrescenta o assessor de investimento da Guide.
“Naturalmente tem um grau de risco e depende também do perfil do investidor, mas o produtor deveria usar mais as ferramentas”, avalia o profissional financeiro.
Outras commodities
A soja e o café têm pouca expressividade na B3 – commodities marcadas mais pelo hedge em vendas futuras – especialmente depois que Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, tributou margens e ajustes. “Nosso mercado foi para Nova York”, argumenta Lucio Dias, superintendente comercial da cooperativa cafeeira Cooxupé.
Como na Expocacer, cooperativa do Cerrado de Minas, que Simão Pedro de Lima, superintendente, destaca que as operações tanto na B3 quanto no mercado de opções são muito pontuais e para hedges específicos.
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