IFI estima queda de 2,2% no PIB, podendo chegar a 5,2% em cenário pessimista
De acordo com a IFI, a dívida pública deverá encerrar 2023 em 84,9% do PIB e crescer, no cenário base, até 100,2% em dez anos (Imagem: Unsplash/@frankbusch)
Em razão do aumento da incerteza associada à crise do 💥️coronavírus, a 💥️Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, antecipou a revisão dos cenários macroeconômicos e fiscais, que ocorreria em maio.
Pelo relatório, publicado nesta segunda-feira (13), a previsão é de que a dívida pública crescerá em 2023, com queda de até 5,2% no 💥️PIB, no cenário pessimista.
A projeção para o deficit primário do governo deverá subir de R$ 124,1 bilhões para R$ 514,6 bilhões. Em um panorama extremo, com 22 semanas de paralisação e redução de 85% na atividade econômica, a projeção de queda do PIB poderia chegar a 7%.
Veja o relatório:
No entanto, se a recuperação da atividade econômica ocorrer a partir de junho, a expectativa da queda do PIB, conforme o estudo, passa a ser de 2,2%.
De acordo com a IFI, a dívida pública deverá encerrar 2023 em 84,9% do PIB e crescer, no cenário base, até 100,2% em dez anos.
“Esse aumento se dará a taxas decrescentes, o que indica possível estabilização nos três anos após 2030, mas trata-se de um quadro muito negativo, que demandará esforço das autoridades para recobrar um quadro de relativa normalidade no pós-crise do coronavírus”, diz o documento.
💥️Queda de receitas
O diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, aponta uma queda de receitas para 2023, no cenário base, de até R$ 151,3 bilhões em relação a 2023.
Isso, segundo o especialista, afetará as projeções de deficit primário para o ano, que incorporam efeitos dos novos gastos para o combate à crise, além de causar mudanças em projeções de rubricas como o seguro-desemprego que, conforme pontuou Salto, aumentam em tempos de crise.
“As contas públicas serão fortemente afetadas pela pandemia do coronavírus e pelas medidas destinadas a mitigar os efeitos dessa crise.
O impacto fiscal proporcionado por essas medidas, no âmbito federal, será de R$ 282,2 bilhões, sendo R$ 69,7 bilhões em redução de receitas e R$ 212,5 bilhões em aumento de gastos.
O diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, aponta uma queda de receitas para 2023, no cenário base, de até R$ 151,3 bilhões em relação a 2023 (Imagem: Waldemir Barreto/Agência Senado)
A ação do Estado brasileiro é necessária e deve ser feita de maneira eficiente, sem perder de vista a responsabilidade fiscal de médio e longo prazo”, alerta Felipe Salto.
A IFI detalhou as medidas do governo já anunciadas, incluindo as fontes dos créditos orçamentários abertos para gastos com saúde e outras ações com e sem efeito no resultado primário. Esse monitoramento do chamado “orçamento de guerra” será feito sistematicamente a partir do relatório publicado nesta segunda-feira.
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