5 sinais para medir a temperatura de um possível impeachment de Bolsonaro
Termômetro: Bolsonaro pode jogar mais lenha no próprio impedimento (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
Os analistas políticos já começam a calcular a probabilidade de o presidente 💥️Jair Bolsonaro sofrer um processo de 💥️impeachment, após 💥️as fortes declarações de 💥️Sergio Moro, ao anunciar sua demissão do 💥️Ministério da Justiça.
Por ora, o líder da oposição no 💥️Senado, 💥️Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já declarou que 💥️apresentará um pedido para abertura do processo ainda hoje. O ex-presidente 💥️Fernando Henrique Cardoso defendeu 💥️a renúncia de Bolsonaro, justamente para evitar um “longo processo” no Congresso, em tempos de crise econômica e de saúde.
Em relatório aos clientes, divulgado após Moro se demitir, a 💥️MCM Consultores manifesta sérias dúvidas sobre a capacidade de Bolsonaro para lidar com essa crise, a ponto de assegurar sua permanência no Palácio do Planalto.
“No começo do ano, Bolsonaro parecia destinado a ficar oito anos no poder. Agora, talvez fique menos que quatro anos”, afirma a consultoria, que acrescenta que o ex-capitão apostou “no limite da irracionalidade” no confronto com Moro pelo controle da Polícia Federal.
A MCM ressalta, porém, que o caminho para um eventual impeachment de Bolsonaro é longo e incerto. Eis os elementos que devem se alinhar para antecipar sua saída do Planalto.
1. Qual será a reação da Polícia Federal?
Segundo a MCM, Moro “desbastou a estrada para o impeachment”, mas caberá à Polícia Federal mantê-la aberta. Se o senso de autonomia prevalecer na corporação, é possível que a PF intensifique o vazamento, para a imprensa, de indícios do envolvimento do círculo próximo do presidente em malfeitos.
2. Qual será a reação de Bolsonaro?
A MCM frisa que a autocontenção não é um traço de Bolsonaro, mas o presidente errará mais uma vez, se declarar guerra aberta à Polícia Federal e quem mais investigar as suspeitas que rondam sua família. “Bolsonaro precisa vestir o figurino ‘paz e amor’”, diz a consultoria.
Ponto nevrálgico: Bolsonaro não abre mão de controlar diretamente a Polícia Federal (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)
Uma ajuda extra seria nomear, o quanto antes, um nome alinhado a Moro para comandar a Polícia Federal no lugar de Maurício Valeixo, demitido pelo presidente sem o aval do ex-juiz.
3. Qual será o preço do apoio do Centrão a Bolsonaro?
Nos últimos dias, Bolsonaro se reaproximou do chamado Centrão, composto por partidos conhecidos pela sua fisiologia. O movimento ressuscitou politicamente, inclusive, figuras condenadas na Operação Lava Jato, como Roberto Jefferson.
“A aproximação com o Centrão, que, em primeiro lugar, visava comprar proteção contra o encurtamento do mandato, ficará mais difícil agora”, diz a MCM. Leia-se: o preço aumentou.
4. Qual será a posição dos militares?
Embora reforcem dia sim, dia também, que as Forças Armadas são uma instituição a serviço do Estado brasileiro, e não dos governantes de plantão, a posição dos militares será decisiva para o desfecho de um eventual impeachment, pela relevância política que adquiriram neste governo.
“Sem a anuência tácita dos militares (não haverá autorização explícita), o impeachment não ocorrerá”, explica a MCM;
5. Qual será o destino de Paulo Guedes?
O titular do Ministério da Economia era o único a gozar do status de “superministro” no gabinete de Bolsonaro. O outro era, justamente, Moro. Guedes foi visto e vendido, durante a eleição, como o fiador do novo governo.
“A saída de Moro deixará mais aberta a porta de saída do governo para Guedes”, observa a consultoria, que acrescenta que o ministro não se sente mais confortável, diante das tendências desenvolvimentistas da ala militar.
“É bom lembrar que foi Guedes quem, em nome de Bolsonaro, convidou Moro para se integrar ao governo Bolsonaro”, frisa a MCM.
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