Ser brasileiro está mais arriscado, e Credit Suisse corta preço-alvo da B3
Risco extra: investidores exigem mais retorno de empresas brasileiras, como a B3, para compensar o risco de aplicar dinheiro no país (Imagem: Alberto Ruy/MInfra)
A 💥️B3 (B3SA3) é mais uma empresa que sofre, nos últimos tempos, de uma condição que desagrada cada vez mais os investidores: é brasileira. O aumento do risco-Brasil e do prêmio que o mercado pede, atualmente, para investir em empresas locais está levando a uma rodada de cortes de preços-alvos pelos analistas.
Nesta sexta-feira (15), chegou a vez da dona da Bolsa brasileira. Em relatório obtido pelo 💥️Money Times, o 💥️Credit Suisse reduziu em 12,7% o preço-alvo da B3, baixando-o de R$ 55 para R$ 48, para os próximos 12 meses.
Marcelo Telles, Otávio Tanganelli e Alonso Garcia, que assinam a análise, são claros em dizer que não há nada de errado com as operações ou com a gestão da B3, em si.
Ambiente ruim
“A B3 continua nossa top pick [favorita] no setor financeiro do Brasil, devido ao forte momento de ganhos, o valuation atraente e ventos favoráveis para o crescimento estrutural no médio e longo prazo”, afirmam. A recomendação é de outperform, ou seja, desempenho esperado acima da média do mercado.
O que pesou na decisão, que vem na esteira da publicação do balanço do primeiro trimestre, é a deterioração do ambiente macroeconômico, prejudicado pela pandemia de coronavírus que arrasta o país para a recessão.
Por isso, o Credit Suisse elevou o custo de capital para o acionista, que indica o retorno esperado por quem compra ações de uma empresa, para 12,9% ao ano. A taxa é 150 pontos-base maior, e foi puxada pela alta da taxa livre de risco e pelo prêmio de risco exigido pelo mercado para operar ativos no Brasil.
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