Coronavírus: Brasil saiu rápido demais de uma quarentena frouxa; eis as provas

Enfermeiras Saúde Coronavírus

Só no Brasil: enfermeiros são hostilizados em Brasília por defender o isolamento social (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O Brasil saiu rápido demais de uma quarentena bastante frouxa para combater o 💥️coronavírus, apesar das queixas de parte dos brasileiros que defendem abordagens alternativas às recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e pelos médicos. Esta é a conclusão inevitável, quando se comparam os dados do isolamento social brasileiro com os de outros países.

O 💥️Credit Suisse deu uma pista, em um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (22) e obtido pelo 💥️Money Times. Assinado por Regis Cardoso, a análise utiliza dados dos 💥️relatórios de mobilidade do 💥️Google, desenvolvidos para contribuir com informações sobre o isolamento social em diversos países.

No caso do Credit Suisse, os números foram utilizados para comparar o gradual retorno à normalidade, com o objetivo de antecipar a volta da demanda por combustíveis. Neste sentido, o banco suíço compara o Brasil aos Estados Unidos, e afirma que estamos voltando mais rápido da quarentena e, portanto, é possível que a venda de combustíveis acelere.

Retrato da crise

Mas, o mais interessante, é observar relações que o analista do Credit Suisse não destacou, simplesmente por estar interessado em outras correlações. Ao comparar o Brasil com outros países apresentados no estudo, vê-se com clareza como alcançamos, em cerca de um mês, o terceiro lugar em número de casos – e com fortes chances de tomarmos a vice-liderança da Rússia.

Excluindo-se Brasil, EUA e Japão, a taxa média de isolamento dos demais sete países era de 72%. Traduzindo: enquanto outros povos levavam realmente a sério o perigo da pandemia de coronavírus já em março, colocando a grande maioria da população em isolamento, os brasileiros – e não só o presidente Jair Bolsonaro – mostravam que, na prática, viam a Covid-19 como uma gripezinha.

Entre 29 de março e 11 de abril (a segunda data apresentada no relatório do Credit Suisse), nove dos dez países listados afrouxaram as medidas de isolamento social. A exceção foi o Japão, que elevou de 21% para 24% as pessoas nesta condição.

O Brasil acompanhou esse movimento, e o isolamento social, segundo o relatório do Google, baixou de 51% para 38%. Novamente, os EUA pareciam mais relapsos que nós, com 34%. Mas, novamente, os sete países (excluindo-se Brasil, EUA e Japão) apresentaram uma média de 59% de isolamento, mesmo após relaxar as medidas.

Relaxar não é “liberou geral”

Ou seja, os países que levaram a pandemia a sério partiram de um patamar mais alto de isolamento, e, mesmo relaxando-o, ainda mantinham mais pessoas nessa condição em meados de abril, que os brasileiros, que começaram num nível já baixo e, ao furar a quarentena, reduziram ainda mais o percentual.

O último dia analisado pelo Credit Suisse é 13 de maio, quando o Brasil contava com 36% de isolamento, segundo os critérios do Google. O Japão havia elevado seu percentual para 25%; e os EUA regrediram para 28%. Os outros sete países da amostra mantiveram o ritmo de relaxamento, mas, ainda assim, 44% da população estava reclusa, em média.

Referência do governo brasileiro: Donald Trump também minimizou a crise no começo; hoje EUA lideram casos de coronavírus (Imagem: REUTERS/Leah Millis)

Enquanto isso, a Itália, que ocupou a nada honrosa liderança no ranking de contágios, desbancando a China, onde o vírus surgiu, impôs um severo isolamento social. Em 29 de março, 82% das pessoas estavam em casa; em 11 de abril, 67%; em 13 de maio, 47%.

O resultado? De líder do ranking, com 97.689 casos, no fim de março, conseguiu achatar sua curva e contava, ontem, com 228 mil casos, atrás de EUA, Rússia, Brasil, Alemanha e Reino Unido.

Num campeonato em que ser o último colocado é o que importa, o Brasil faz tudo para estar no topo do ranking – e na contramão do mundo.

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