Demanda global por petróleo ainda não atingiu pico, diz AIE
No ano passado, o consumo global de petróleo totalizou quase 100 milhões de barris por dia (Imagem: REUTERS/Christian Hartmann)
O consumo global por 💥️petróleo não atingiu o pico, alertou o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia, jogando um balde de água fria na esperança de que o 💥️coronavírus reduza a demanda e as emissões causadas pela mudança climática.
“Na ausência de políticas governamentais fortes, uma recuperação econômica sustentada e baixos preços do petróleo devem levar a demanda global de petróleo de volta para onde estava e além”, disse Fatih Birol em entrevista.
No ano passado, o consumo global de petróleo totalizou quase 100 milhões de barris por dia. Alguns especialistas do setor de energia acreditam que o volume pode marcar o pico da demanda global.
A hipótese é que o surto de coronavírus vai desencadear mudanças, como o trabalho remoto generalizado e menos viagens ao exterior, o que deve reduzir o consumo permanentemente.
“Poderia ser o pico do petróleo? Possivelmente. Possivelmente. Eu não descartaria isso”, disse o diretor-presidente da BP, Bernard Looney, em entrevista ao 💥️Financial Times.
Se o pico for esse, isso teria grades implicações para a mudança climática, uma vez que a queima de menos petróleo reduziria permanentemente emissões de gases do efeito estufa, facilitando o caminho para atingir os objetivos da Acordo de Paris.
Mas Birol alertou governos que o coronavírus só reduzirá brevemente a demanda por petróleo: o consumo deve cair em 2023 para cerca de 91 milhões de barris por dia e se recuperar em 2023 e nos anos seguintes.
“Mudanças comportamentais em resposta à pandemia são visíveis, mas nem todas são negativas para o uso de petróleo.
As pessoas estão trabalhando mais em casa, mas, quando de fato viajam, é mais provável que estejam em carros do que em transporte público”, disse Birol à Bloomberg News de Paris.
“A videoconferência não resolverá nossos desafios de energia e clima, boas políticas governamentais poderiam.”
A hipótese é que o surto de coronavírus vai desencadear mudanças, como o trabalho remoto generalizado e menos viagens ao exterior (Imagem: Reuters/Angus Mordant)
Birol pede aos governos que usem os pacotes de recuperação econômica para combater as mudanças climáticas, investindo em energia verde para ajudar a alcançar as metas estabelecidas no acordo de Paris de 2016.
A meta mais ambiciosa estabelecida no acordo climático de Paris & que limita o aumento da temperatura a 1,5 grau Celsius & exigirá que as emissões globais anuais sejam reduzidas em cerca da metade até 2030 e zeradas em meados do século.
Sem profundas mudanças estruturais, as emissões devem aumentar novamente quando as economias se recuperarem.
“Se houver uma forte recuperação econômica, os consultores de negócios dos 💥️EUA que usam o Zoom não compensarão 150 milhões de novos residentes urbanos na Índia e na África viajando, trabalhando em fábricas e comprando produtos transportados por caminhões”, disse Birol.
Birol traçou paralelos com a crise de 2008-09, quando a demanda por petróleo também registrou grande queda anual, antes que o consumo aumentasse novamente.
Os pacotes de recuperação econômica não se concentraram na época em energia verde e economias, perdendo a oportunidade de enfrentar o desafio da mudança climática.
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