Bioeconomia é aposta do governo para os próximos anos, garante Marcos Pontes
Marcos Pontes disse que regulamentação recente estabeleceu as prioridades de 2023 a 2023 em projetos de pesquisa, de desenvolvimento de tecnologias e inovações (Imagem: Facebook/Astronauta Marcos Pontes)
A bioeconomia é uma das prioridades do Ministério da Ciência e Tecnologia, segundo informou o titular da pasta, 💥️Marcos Pontes, que participou nesta quarta-feira (10) de encontro virtual sobre o tema com integrantes da Frente Parlamentar Mista da Bioeconomia.
Durante a reunião, foram debatidas inovações tecnológicas para a geração de soluções de baixo carbono na área de bioquímicos e biomateriais.
Marcos Pontes disse que regulamentação recente estabeleceu as prioridades de 2023 a 2023 em projetos de pesquisa, de desenvolvimento de tecnologias e inovações.
Para ele, a bioeconomia é ainda mais pertinente por causa da pandemia de 💥️coronavírus.
“Temos que estar preparados para responder em temos de equipamentos, produção de reagentes. Porque, num momento desses, os países trazem essa possibilidade para o próprio país.
O fato de termos concentrado nos equipamentos da 💥️China ou trazido insumos da Índia ou outros países, isso nos dá uma insegurança grande.
Acredito piamente que a aplicação de nossa biodiversidade de forma sustentável é uma solução para que possamos ter crescimento vertiginoso em termos de riquezas para o país; mas, para isso, precisamos ter união de todos”, disse Pontes.
💥️Plástico renovável
Na opinião do gerente global de inovação e desenvolvimento da Braskem, empresa brasileira do ramo petroquímico, Mateus Lopes, o Brasil pode liderar tecnologicamente a transição da bioeconomia.
Segundo ele, o país já é capaz de produzir biomassa de baixo custo e baixa emissão de carbono. Ele citou a produção de cana de açúcar, com a qual o 💥️Brasil é líder no mundo. Segundo ele, os brasileiros convertem açúcar em químicos renováveis em diversas etapas industriais, como o polietileno verde, um plástico renovável.
Os polietilenos tradicionais usam como matéria-prima o 💥️petróleo ou gás natural.
Mateus Lopes afirmou que os países já estão mapeando suas áreas tecnológicas para promover a redução da emissão de carbono, a fim de manter o limite de aumento de 2 graus Célsius na temperatura global para evitar mudanças climáticas. Para isso, o mundo trabalha com uma espécie de orçamento de carbono.
No Brasil, o orçamento é de 2.900 gigatons de CO2. O Brasil gasta 2.200.
“Isso é o que o mundo inteiro está trabalhando com orçamento e que cada país agora está começando a medir o quanto está emitindo em cada indústria, em cada setor, para garantir que a gente vai conseguir chegar e cumprir esse desafio global de conter as mudanças climáticas”, disse Lopes.
💥️Etanol
A cana de açúcar é apenas um exemplo de biomassa, matéria orgânica de origem vegetal ou animal usada com a finalidade de produzir energia.
Os produtos derivados da cana, aliás, são conhecidos dos brasileiros há décadas, como lembra o diretor do Laboratório Nacional de Biorrenováveis, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Eduardo do Couto e Silva.
“A gente substitui o petróleo pela biomassa e aí a refinaria então é substituída pela chamada biorrefinaria. E aí produzimos como energia os biocombustíveis. O etanol é bastante conhecido de todos nós há décadas”, disse.
A biotecnologia é essencial para consolidar novos modelos de produção industrial, como destacou o presidente-executivo da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Thiago Falda.
Segundo ele, o Brasil tem a maior quantidade de biomassa a baixo preço no mundo e uma agricultura altamente sustentável que permite a geração de biomassa.
“Não é à toa que somos o único país do mundo com tecnologia para produzir carro flex. Temos capacidade, recursos humanos altamente treinados para a produção de energia biomolecular.
Temos todas as características necessárias para que a bioeconomia seja o grande retorno de desenvolvimento econômico do país”, observou.
Segundo ele, a frente parlamentar vem construindo políticas públicas para estimular as atividades de pesquisa e desenvolvimento em bioeconomia no Brasil.
Novo coordenador da frente parlamentar da bioeconomia, o deputado Alexys Fonteyne (Novo-SP) reforçou a importância de o Brasil ser vanguarda na área.
“Fico feliz que empresas brasileiras estejam na vanguarda disso, fico feliz que o Ministério de Ciência e Tecnologia esteja percebendo e ajudando. Essa união só agrega valor e não podemos ficar mais para trás”, disse.
A frente parlamentar foi criada um ano atrás e conta com 209 deputados e 12 senadores.
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