Mercado de bônus da Argentina chacoalha em meio a impasse em negociação sobre dívida
O governo divulgou sua última proposta alterada na noite de quarta-feira (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)
Os bônus argentinos caíam quase 2% nesta quinta-feira, depois que as negociações sobre reestruturação de dívida com credores pareciam estagnar, abalando investidores e impulsionando o risco-país.
O governo divulgou sua última proposta alterada na noite de quarta-feira. Segundo uma fonte de governo, a proposta contempla valor presente líquido de cerca de 50 centavos por dólar, com afago adicional relacionado às exportações de produtos agrícolas do país.
Isso, no entanto, não foi suficiente para conquistar alguns detentores de títulos, e um importante grupo de credores disse que as negociações fracassaram e que estava “considerando todos os direitos e recursos disponíveis”.
O governo também publicou duas contrapropostas recebidas, dizendo que algumas demandas dos credores eram “amplamente inconsistentes” com sua própria análise de sustentabilidade da dívida.
A 💥️Argentina pretende renovar cerca de 65 bilhões de dólares no que classificou de dívida insustentável.
O grupo de detentores de títulos “Ad Hoc”, que inclui nomes como Fidelity, AllianceBernstein e 💥️BlackRock, afirmou em comunicado que o governo argentino “se afastou” de uma contraproposta que fez e optou por permanecer inadimplente.
A Amherst Pierpont disse em nota que a última oferta da Argentina, que calculou ter um valor presente líquido máximo de 54,6 centavos por dólar, não parecia muito longe das demandas mais difíceis do grupo Ad Hoc, colocadas entre 47 e 58 centavos.
No entanto, o fechamento da lacuna restante exigiria boa vontade de ambos os lados e que a falta de um acordo era um sinal potencialmente preocupante após semanas de otimismo que aumentaram os preços dos títulos da Argentina.
“Isso diminui o otimismo de uma solução de compromisso e aumenta os riscos de reação legal”, acrescentou.
O 💥️Citi disse que a diferença entre os dois lados parecia ser de 5 a 6 centavos, o que, segundo o banco, “não era tão grande”, embora o principal impedimento para um acordo neste momento fosse ideológico.
O Citi disse que a diferença entre os dois lados parecia ser de 5 a 6 centavos, o que, segundo o banco, “não era tão grande” (Imagem: REUTERS/Chris Helgren)
O banco apontou diferenças nas demandas em relação a cláusulas de ação coletiva, pagamento de juros acumulados e alguns credores buscando cupons vinculados ao PIB denominado em dólar em vez de exportações. Essa lacuna pode atrasar as negociações por enquanto, acrescentou.
“Para nós, o fato de ambas as partes terem tornado públicas suas posições significa que o progresso nas negociações nas próximas semanas ou até meses provavelmente será limitado.”
Roberto Geretto, analista do Banco CMF, disse que um acordo ainda é possível, mesmo que haja uma lacuna importante.
“A diferença não é mínima, mas também não é intransponível, e há grandes incentivos de ambos os lados para continuar negociando”, disse ele, acrescentando que o prazo de sexta-feira para se fechar um acordo provavelmente será estendido.
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