Fundos do Japão vendem títulos da América Latina em busca de segurança
A postura é de cautela mesmo diante do retorno oferecido por títulos latino-americanos, que foi de quase 7% neste trimestre para investidores em ienes (Imagem: Reuters/Aly Song)
A recuperação dos títulos de dívida latino-americanos após a onda vendedora causada pelo 💥️coronavírus atraiu investidores do mundo todo, mas não tanto fundos japoneses.
Gestores de ativos da terceira maior💥️ economia do mundo têm reduzido posições em títulos de dívida de países como💥️ Brasil e 💥️México em meio à expansão da pandemia na região e às crescentes tensões políticas.
A postura é de cautela mesmo diante do retorno oferecido por títulos 💥️latino-americanos, que foi de quase 7% neste trimestre para investidores em ienes, cerca do dobro do ganho de seus pares globais de mercados emergentes acompanhados pelos índices Bloomberg Barclays.
“Agora é hora de escolher segurança em vez de ganhar muito numa recuperação”, disse Takeshi Yokouchi, gestor sênior de fundos em Tóquio da Sumitomo Mitsui DS Asset Management, que administrava o equivalente a US$ 138 bilhões no fim de março. “Os baixos rendimentos de ativos latino-americanos são outro motivo que os torna menos atraentes.”
Fundos mútuos japoneses têm sido vendedores líquidos de títulos mexicanos e brasileiros todos os meses desde pelo menos fevereiro, de acordo com análise da Bloomberg de dados da Investment Trusts Association, do 💥️Japão.
Eles venderam 4,27 bilhões de pesos líquidos (US$ 189 milhões) em títulos mexicanos neste ano e R$ 1,09 bilhão em 💥️dívida brasileira, segundo os dados.
Fundos mútuos japoneses venderam neste ano R$ 1,09 bilhão em dívida brasileira (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)
A recuperação dos títulos latino-americanos em relação a pares globais após a sangria causada pelo vírus ilustra um dos maiores pontos de discordância atuais nos mercados financeiros.
Para alguns, isso indica que o impacto da pandemia foi exagerado, enquanto outros questionam se a recuperação é justificada, uma vez que grande parte da economia global está prestes a enfrentar a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial após a paralisação da economia.
Mais exigentes
Alguns investidores japoneses adotam uma abordagem mais flexível para a região, dizendo que fatores como 💥️tensões comerciais globais afetarão mais alguns países do que outros.
“Não espero que as tensões EUA-China sejam resolvidas, o que provavelmente significaria mais pressão de baixa para o Brasil” contra o México, disse Satoru Matsumoto, gestor de recursos da Asset Management One, em Tóquio.
O México deve se sair melhor em termos de níveis de rendimento, menor risco político e, até certo ponto, em sua balança de pagamentos, disse. “Não será uma aposta regional”.
A diferença entre as perspectivas para os dois países já é notada no retorno que investidores japoneses teriam obtido neste trimestre.
A dívida mexicana acumula ganho de 12% em iene, desafiando rebaixamentos da nota de crédito por três grandes agências durante março e abril, enquanto títulos brasileiros perdem 0,2%.
O México deve se sair melhor em termos de níveis de rendimento, menor risco político e, até certo ponto, em sua balança de pagamentos, disse. “Não será uma aposta regional” (Imagem: Pixabay)
A recuperação na 💥️América Latina também enfrenta ameaça crescente pelo fato de a região estar na rota de se tornar o principal epicentro global de casos de Covid-19.
O risco de maior desaceleração econômica deve levar o banco central do México a reduzir a taxa de juros em 50 pontos-base nesta semana, para 5%, segundo pesquisa da Bloomberg com economistas.
Para Yokouchi, da Sumitomo Mitsui DS, com esse cenário ele prefere investi na Ásia, pelo menos por enquanto.
“Sou mais positivo em relação à 💥️Ásia”, disse Yokouchi. “Vemos uma recuperação mais rápida da pandemia e a sinergia que vemos da recuperação da 💥️China é maior.”
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