A fibra está deixando para trás o sufoco da pandemia com menor área plantada nos EUA

algodão

Mercado espera reforços mais sólidos nos preços da fibra com novos fundamentos positivos (Imagem: Unsplash/@tgdwinos)

O algodão teve a sustentação que faltava para consolidar altas depois das perdas sofridas pela pandemia se abatendo sobre as economias, quando foi uma das commodities agrícolas que mais sofreram. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos reportou 620 mil hectares a menos na safra 20/21.

E ainda pode ser maior, em cenário desejado pelos produtores brasileiros e avalizado pela entidade nacional Abrapa, se o resultado de “área de abandono” ao menos ficar na média de 15%.

Atenuaria a desproporção de produção mundial estimada em 26 milhões de toneladas para um consumo de 23 milhões/t na ponta da cadeia, as tecelagens e indústrias de roupas.

“Com a menor área cultivada nos Estados Unidos, desde 2017, acreditamos que pode ajudar a compensar as prováveis perdas de demanda por conta da pandemia”, diz Marcio Portocarrero, diretor-executivo da entidade que reúne os produtores.

O enxugamento da oferta e estoques que virão, portanto, tem tudo para dar suporte aos vencimentos futuros em Nova York, acima dos 60 centavos de dólar por libra-peso, segundo pensa Portocarrero, equilibrando também as incertezas sobre a retomada das atividades a pleno vapor na principal região consumidora da fibra, a Ásia.

Para Carlos Alberto Moresco, presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), a linha é essa mesma, ainda que ele veja cautela contra otimismo exagerado dos preços:  “A redução da área plantada nos Estados Unidos ajuda a reduzir a oferta de algodão no mundo, o que é bom para regularizar os estoques. Isso não quer dizer que os preços vão melhorar automaticamente, mas manterá um estoque menor que aumenta as chances de retomada dos preços.”

O clima daqui para frente entra no jogo, bem diante do ritmo de reabertura dos sistemas econômicos pelo mundo.

Mercado futuro

Com o julho já fora da tela, o contrato driver do setor na ICE Futures, o dezembro, depois das mínimas de 52,12 c/lp em 2 abril, no auge da pandemia – e sem sinais claros de melhora da situação chinesa – veio de recuperação paulatina.

Caminhou circulando pelos 60 c/lp ao longo de junho e, com o reporte do USDA, nesta terça, caminha para sair hoje ao redor de 62,60 c/lp, com mais 2,90%, como está por volta das 13h40 (Brasília).

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