Emissoras afastam repórteres que entrevistaram Bolsonaro em anúncio de Covid-19

Bolsonaro

O presidente chegou a tirar a mascara durante a coletiva (Imagem: TV Brasil/Reprodução)

As emissoras 💥️CNN Brasil e Record TV informaram nesta quarta-feira que afastaram do trabalho as equipes jornalísticas que 💥️estiveram presentes na entrevista em que o presidente 💥️Jair Bolsonaro anunciou resultado positivo em teste para 💥️Covid-19.

Bolsonaro fez o anúncio de que estava com Covid-19 em entrevista sem distanciamento para repórteres das duas emissoras e mais a TV Brasil no lado externo do Palácio da Alvorada, na terça-feira. Durante a entrevista, o presidente chegou a se afastar um pouco dos repórteres para tirar a máscara de proteção, dizendo que queria mostrar o rosto e como estava bem, apesar do resultado do exame.

A Record TV informou, em resposta enviada por email à Reuters, que todos os profissionais que estiveram na entrevista vão seguir um protocolo de saúde e só voltarão ao trabalho quando receberem resultado negativo em exame para o novo 💥️coronavírus.

“Os colaboradores que tiveram algum tipo de contato com pessoas que testaram positivo para a Covid-19 ficam afastadas e em observação por 7 dias e fazem o exame ao final do período. O retorno só acontece quando o exame tem resultado negativo”, disse a emissora.

A CNN Brasil também confirmou por email o afastamento de um repórter e um cinegrafista que tiveram contato com Bolsonaro no Alvorada. Procurada, a TV Brasil não respondeu de imediato a um questionamento sobre a equipe que esteve na entrevista de Bolsonaro.

EBC

A TV Brasil não respondeu de imediato a um questionamento sobre a equipe que esteve na entrevista de Bolsonaro (Imagem: Agência Brasil/ Marcello Casal JR)

O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal informou em nota oficial que pediu às empresas de comunicação para suspenderam a cobertura presencial de Bolsonaro e de demais autoridades no Palácio do Planalto, e que testem e afastem todos os profissionais que tiveram contato nos últimos 10 dias com o presidente, ministros e outros membros do governo.

Bolsonaro, de 65 anos, anunciou na terça que teve resultado positivo em teste para Covid-19, após passar meses minimizado a pandemia e contrariando recomendações de especialistas, mas afirmou estar se sentindo bem, depois de sofrer os primeiros sintomas no fim de semana e de ter ficado mal na segunda-feira.

A agenda presencial do presidente foi cancelada esta semana, inclusive duas viagens previstas para sexta e sábado. Segundo o próprio Bolsonaro, ele vai seguir o protocolo de distanciamento e manter as agendas por videoconferência.

Após a confirmação do caso do presidente, o Palácio do Planalto informou que 108 funcionários testaram positivo para a nova doença desde o início da pandemia, mas garantiu que vem tomando medidas para tornar o ambiente de trabalho “o mais seguro possível” para os servidores.

Dos 3.400 servidores da Presidência da República, até o dia 3 de julho, segundo nota da Secretaria-Geral da Presidência da República, havia 108 casos positivos para Covid-19, o equivalente a 3,8% do quadro. De acordo com a nota, 77 deles já são considerados recuperados, enquanto 31 estão em acompanhamento.

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