Mantido o cenário, trigo do PR carrega lucro de até 30% em safra bem superior em volume e qualidade
Triticultura paranaense tem tudo para completar um ciclo positivo em 2023 (Imagem: REUTERS/Carlos Barria)
Para uma safra cheia que se avizinha e mantidas a média atual de preços, os produtores de trigo do Paraná estão caminhando para um ano bom, contra o desastre que foi 2023.
Os riscos climáticos ainda estão presentes, para uma cultura das mais sensíveis, mas a janela de plantio do principal fornecedor brasileiro foi concluída com previsão de 72% de alta na produção – totalizando a expectativa de 3,7 milhões de toneladas & e rentabilidade de 28% a 30% sobre o custo de produção se a saca (60 kgs) ficar flutuando entre R$ 58 e R$ 60.
Ainda seguindo o levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), o analista Carlos Hugo Godinho avalia que os 90% das lavouras em boas condições são o melhor índice em três anos. E acrescenta mais ganhos.
Aumento de produção e boas condições das plantas, resultando em qualidade do trigo colhido, ajudam a diminuir a pressão das importações e a pressão dos preços internos na cadeia transformadora, até chegar ao consumidor, diz o engenheiro agrônomo do órgão de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná.
Para a Abitrigo, a entidade que reúne os moinhos brasileiros, o nível de importação, historicamente em 6 milhões de toneladas & para um consumo em torno das 11 milhões/t & não deve ser alterado significativamente, informou seu presidente Rubens Barbosa. A pouca variação que pode ocorrer dependerá das chuvas, tanto nessa fase de desenvolvimento das lavouras, quanto o risco do excesso na colheita.
No Norte do estado, de trigo precoce, que em um mês já começa a ser colheido, a estiagem atual pode prejudicar um pouco, segundo Carlos Hugo Godinho, do Deral. No Sul, Sudeste e parte do Oeste, mais tardio, onde se concentram as melhores lavouras, os riscos são as chuvas do início de primavera, completa o técnico.
Ainda é cedo, no entanto, para a avaliar o futuro da triticultura paranaense. Boa parte dela é definida pelo produtor para melhorar o perfil agrícola da soja, plantada a partir de setembro.
E hoje, no inverno, nem é o milho safrinha o principal concorrente em área, acredita Godinho. A aveia para pastejo, sim, é a cultura mais concorrente. O Paraná conta com 5,5 milhões de hectares em soja, 2,2 milhões no milho de inverno (safrinha) e 1,310 milhão de trigo (10% superior a 2023).
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