Coronavírus causará queda de 13,9% nas exportações, estima a AEB
O presidente da AEB torce para que 2023 passe rápido e 2023 comece logo, de preferência com alguma mudança estrutural, como a reforma tributária (Imagem: Tânia Rego/ Agência Brasil)
A revisão da balança comercial para 2023, divulgada hoje (22) pela Associação de 💥️Comércio Exterior do 💥️Brasil (AEB), no 💥️Rio de Janeiro, prevê exportações de US$ 192,721 bilhões, queda de 13,9% em relação aos US$ 223,989 bi em 2023; e 💥️importações de US$ 145,255 bilhões, recuo de 18,1% em relação aos US$ 177,344 bi do ano passado.
Para o superávit, estimado em US$ 47,466 bilhões em 2023, haverá aumento de 1,7% em comparação com os US$ 46,674 bilhões de 2023.
Os números já refletem os efeitos da pandemia do novo 💥️coronavírus, disse à Agência Brasil o presidente da AEB, José Augusto de Castro.
A previsão anterior da entidade, divulgada em 18 de dezembro do ano passado, apontava para exportações de US$ 217,341 bi, importações de US$ 191,211 bi e superávit de US$ 26,130 bilhões.
“Dezembro era completamente diferente, não tinha pandemia. As 💥️exportações cresceriam porque o Produto Interno Bruto (💥️PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil, também cresceria, mas agora isso não vai mais acontecer.
Então, o dado de dezembro não tem nada a ver com a realidade”, afirmou Castro.
Segundo a revisão feita pela AEB, o superávit projetado evoluiu em relação à previsão anterior porque, com a queda do PIB no mercado interno, as exportações terão uma queda muito forte.
Isso faz com que cresça o superávit, não pelo aumento nas exportações, mas pela retração nas importações.
O estudo da AEB salienta que o superávit comercial projetado para o Brasil em 2023 será triplamente negativo, pois será obtido com queda das exportações de 13,9%, das importações de 18,1%, e de 15,4% na corrente de comércio, com geração de redução da atividade econômica.
Os dados projetados para 2023 sinalizam que o Brasil deverá ocupar a 30ª posição no ranking mundial de exportação e 31ª de importação, com a participação nas exportações globais caindo para perto de 1%.
Manufaturados
O presidente da AEB explicou, ainda, que a queda de 13,9% nas exportações se deve, principalmente, à redução de 27,3% dos produtos manufaturados, responsáveis pela geração de empregos qualificados no país.
Na América do Sul, nosso principal cliente de manufaturados, em especial automóveis, que é a Argentina, está passando por uma grande crise. “É um cenário em 2023, sob todos os aspectos, negativo”, disse Castro.
Dos principais itens brasileiros de exportação, dez são ✅commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional). “Não tem nenhum produto manufaturado”, observou.
Pelo sexto ano consecutivo, a soja será o principal produto de exportação do Brasil em 2023, seguida do 💥️minério de ferro e do 💥️petróleo.
Na lista de manufaturados exportáveis, os principais produtos são automóveis e aviões, cujas quedas previstas para este ano pela AEB atingem 36,7% e 66,5%, respectivamente. “Em manufaturados, nós não temos nada para destacar de positivo”, sintetizou.
Excetuando o ano de 2018, o estudo da AEB revela que as exportações nacionais de manufaturados se mantêm em patamar inferior a US$ 80 bilhões desde 2014, com o valor projetado para 2023 de US$ 56,295 bilhões, perto das exportações registradas em 2004.
Brasil e China
O presidente da AEB torce para que 2023 passe rápido e 2023 comece logo, de preferência com alguma mudança estrutural, como a reforma tributária.
Ele analisou que, em princípio, o projeto de reforma tributária apresentado ao Congresso pelo 💥️ministro da Economia, 💥️Paulo Guedes, atende ao setor porque a exportação não será tributada.
Na opinião do presidente da AEB, a redução de custos é positiva porque contribui para aumentar as exportações de manufaturados.
No atual cenário, a China continua & “mais do que nunca” & como o principal cliente do Brasil, por conta das ✅commodities, totalizando participação de 35%. “É uma concentração muito grande em um único país”, comentou Castro.
Para ele, é preciso reduzir o chamado custo Brasil para tornar a 💥️China cliente de produtos manufaturados brasileiros e não apenas de 💥️commodities.
O grupo de países da 💥️União Europeia pode se tornar também um cliente dos manufaturados produzidos no Brasil, finalizou.
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