Aliado de Trump, Brasil se diz pronto para lidar com Joe Biden
Araújo, que implementou uma guinada pró-EUA na política externa desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu em 2023, disse que o Brasil está preparado para qualquer resultado em novembro (Imagem: Reuters/Adriano Machado)
O 💥️Brasil alcançou proximidade inédita com os 💥️EUA sob o governo do presidente 💥️Donald Trump, mas não teria problema em lidar com💥️ Joe Biden caso o candidato democrata à Casa Branca seja eleito este ano, disse o ministro brasileiro das Relações Exteriores, 💥️Ernesto Araújo.
Araújo, que implementou uma guinada pró-EUA na política externa desde que o presidente 💥️Jair Bolsonaro assumiu em 2023, disse que o Brasil está preparado para qualquer resultado em novembro, apesar das crescentes críticas dos democratas, rivais de Trump, à política ambiental e de direitos humanos no Brasil.
“Tenho certeza que, em um eventual governo democrata, com certos ajustes a gente conseguiria manter uma agenda muito positiva”, disse ele, em entrevista por vídeo.
“Os presidentes Bolsonaro e Trump têm uma relação muito próxima, que tem trazido avanços muito importantes, mas esses avanços são entre Brasil e EUA, não entre os dois presidentes.”
A cooperação em áreas que incluem negócios, defesa e segurança provavelmente continuará sob Biden, disse Araújo, acrescentando que há muitas oportunidades pela frente para os dois países que, segundo ele, compartilham os mesmos valores de democracia e liberdade.
Os presidentes Bolsonaro e Trump têm uma relação muito próxima, que tem trazido avanços muito importantes, mas esses avanços são entre Brasil e EUA, não entre os dois presidentes (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque)
Trump e Bolsonaro se admiram mutuamente e ambos foram eleitos apelando para o sentimento nacionalista de seus eleitores. O relacionamento próximo entre eles trouxe alguns benefícios para o Brasil.
Trump suspendeu a proibição de importação de carne bovina fresca do Brasil que vigorava desde 2017, anunciou que apoiaria a candidatura brasileira para ingressar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e se absteve de aplicar tarifas sobre o aço brasileiro.
Os dois países também assinaram acordos de defesa e cooperação espacial e discussões estão em andamento para um acordo comercial.
Trump suspendeu a proibição de importação de carne bovina fresca do Brasil que vigorava desde 2017 (Imagem: Reuters/Tom Brenner)
O progresso na agenda bilateral foi possível porque Bolsonaro acabou com “a má vontade” que governos anteriores do Brasil tinham em relação aos EUA, disse Araújo.
Liderança do BID
No entanto, o Brasil perdeu a chance de assumir a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) quando o governo Trump anunciou que lançaria seu próprio candidato ao banco de desenvolvimento com sede em Washington, que está ganhando importância em meio a planos de emprestar bilhões de dólares para ajudar os países da América Latina a se recuperarem da pandemia de coronavírus.
A decisão de Trump quebra uma tradição não escrita pela qual o BID é sempre liderado por um país latino-americano, mas Araujo minimizou a iniciativa, dizendo que o Brasil estava de acordo e que o anúncio da candidatura dos EUA não era uma surpresa.
“Para nós, o que importa é ter um programa de trabalho comum e não necessariamente a nacionalidade de quem será o presidente do banco”, disse ele.
“Tínhamos um plano para lançar nosso candidato, mas convergimos para o candidato dos EUA; isso é um sinal desse novo relacionamento que temos com os EUA.”
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