Abate de gado no Uruguai pode cair para menor nível em 17 anos
O rebanho também encolheu após anos de taxas de abate constantes para atender à demanda insaciável da China por carne bovina (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
O abate de gado no 💥️Uruguai, produtor-chave que se tornou conhecido por seus bovinos sem hormônios e alimentados com capim rastreável, pode cair para o nível mais baixo em 17 anos em meio à queda do rebanho e das 💥️exportações.
É o que afirma Eduardo Urgal, diretor da Ontilcor, 6º maior frigorífico em abates do país. Os 💥️frigoríficos uruguaios enfrentam escassez de gado.
Dados do governo mostram que pecuaristas enviaram mais de 500 mil animais para unidades de abate no Oriente Médio nos últimos anos, disse.
O rebanho também encolheu após anos de taxas de abate constantes para atender à demanda insaciável da 💥️China por carne bovina.
“Com um pouco de sorte, vamos abater 1,9 milhão de cabeças, 15% menos do que no ano passado”, disse Urgal.
Isso deve agravar o excesso de capacidade no setor, que pode processar cerca de 3 milhões de cabeças por ano. Os frigoríficos precisam processar mais carne ou correm risco de perder terreno nos 💥️EUA e na 💥️Ásia, onde alguns clientes exigem volumes que o país não pode fornecer facilmente, disse Urgal.
“O Uruguai continua com restrições de acesso a alguns clientes, principalmente nos Estados Unidos, porque não tem volume”, afirmou.
Ainda assim, o ritmo de abate pode se recuperar no próximo ano e em 2022, atingindo cerca de 2,3 milhões de cabeças. Com a boa temporada, pecuaristas podem elevar o rebanho em 400 mil animais somente neste ano, disse.
Após atingir o pico de quase 12 milhões de cabeças em 2016, o rebanho do Uruguai caiu para o menor nível em oito anos, para pouco menos de 11,2 milhões de animais em 2023 devido principalmente ao comércio de boi vivo.
Estudo recente estimou a produção potencial da indústria de carne bovina em 3,5 milhões de bezerros e o abate em 3 milhões de cabeças por ano, o que poderia ser alcançado ao longo da próxima década se os frigoríficos puderem vender mais carne ao exterior, disse Urgal.
Após atingir o pico de quase 12 milhões de cabeças em 2016, o rebanho do Uruguai caiu para o menor nível em oito anos (Imagem: Unsplash)
Isso significa que o setor precisa de acordos comerciais que permitam acesso a países como Malásia para a carne uruguaia e tarifas mais baixas nos EUA,💥️ Japão e💥️ Coreia do Sul, para que frigoríficos possam oferecer incentivos financeiros a pecuaristas que queiram aumentar seus rebanhos, destacou.
A carne bovina liderou as exportações do Uruguai em valor no ano passado, com US$ 1,8 bilhão, mas as tarifas totalizaram US$ 205 milhões, segundo dados do governo.
Além das barreiras tarifárias, frigoríficos pagam entre 30% e 35% a mais pelo gado do que concorrentes na Argentina e no Brasil, disse Urgal.
“Isso não é sustentável a ponto de o Uruguai não conseguir gerar melhores vendas”, explicou. “Para melhorar as receitas, precisamos de melhores acordos comerciais.”
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