Agronegócio do Brasil recupera confiança no 2º trimestre, após queda puxada por Covid-19
O Índice de Confiança das Indústrias do agronegócio fechou a 109,1 pontos, alta de 18,5 pontos em relação ao trimestre anterior (Imagem: REUTERS/Eduard Korniyenko)
O Índice de Confiança do 💥️Agronegócio (ICAagro) avançou 11,3 pontos no segundo trimestre, em relação aos três meses anteriores, para 111,7 pontos, em um movimento de recuperação após uma queda causada pela chegada do novo 💥️coronavírus no 💥️Brasil.
O indicador calculado pelo Departamento de Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a associação CropLife Brasil se firmou acima dos 100 pontos, o que sinaliza otimismo.
Abaixo desta marca, a sinalização é de pessimismo e quanto mais distante do nível de 100 pontos, para cima, mais otimista estaria o setor.
Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o avanço do ICAgro foi de 0,4 ponto.
“O agronegócio brasileiro recuperou parte do ânimo perdido no início do ano com o choque causado pela pandemia de Covid-19”, disse o estudo.
Segundo o Deagro, a avaliação das condições gerais da economia, responsável por impulsionar a pontuação recorde do fim do ano passado (123,8 pontos), caiu no início de 2023 e se mantém em patamares mais baixos.
No entanto, os sinais de retomada das atividades e de relativa estabilidade no mercado financeiro, os efeitos positivos do câmbio sobre os preços agrícolas e a perspectiva de que em breve haverá uma ou mais vacinas eficazes contra a Covid-19 melhoraram as expectativas para o curto e médio prazo, especialmente por parte das indústrias.
O Índice de Confiança das Indústrias do agronegócio fechou a 109,1 pontos, alta de 18,5 pontos em relação ao trimestre anterior.
Ao destrinchar o indicador industrial, o índice “antes da porteira”, que representa o segmento de insumos agropecuários, subiu 15,3 pontos na variação trimestral, para 101,6 pontos.
“O agronegócio brasileiro recuperou parte do ânimo perdido no início do ano com o choque causado pela pandemia de Covid-19”, disse o estudo (Imagem: Jaelson Lucas/Agência de Notícias do Paraná)
Contribuíram com a alta a recuperação nas vendas de tratores e colheitadeiras, mesmo ante uma forte queda relacionada à pandemia em abril, e o elevado nível de aquisições antecipadas de insumos.
“A antecipação (na compra de insumos) só não foi maior porque a instabilidade do câmbio prejudicou a formação das tabelas de preços”, afirmou.
Já a confiança das indústrias “depois da porteira” registrou a maior elevação dentre todos os segmentos pesquisados, de 19,9 pontos ante o trimestre anterior, para 112,4 pontos.
As empresas de logística enfrentaram relativamente poucos gargalos para suas operações, justificou o Deagro, mesmo com exportações recordes de soja no período.
Os frigoríficos, apesar do fechamento de algumas unidades por contaminação da Covid-19 entre os funcionários, puderam em sua maioria manter as atividades e atender a forte demanda do mercado externo, ressaltou a análise.
“As usinas de açúcar e etanol, para as quais em março o ano parecia praticamente arruinado, saíram do pior momento: subiram os preços do açúcar no exterior e houve uma recuperação das margens do etanol, que chegou a ser vendido abaixo do custo de produção em abril e maio, durante a queda abrupta do petróleo causada pela crise no mercado de combustíveis e aprofundada pela guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita.”
Dentro da Porteira
Os produtores agropecuários completaram o 8º trimestre consecutivo de confiança em patamares otimistas, fechando em 115,2 pontos.
O resultado representa uma alta modesta na variação trimestral, de mais de 1 ponto, “mas é preciso considerar a manutenção do indicador em níveis relativamente elevados”.
Na agricultura, a confiança teve ligeira elevação de 0,7 ponto, para 116,8 pontos, mantida pelas condições positivas para o negócio.
Os produtores agropecuários completaram o 8º trimestre consecutivo de confiança em patamares otimistas, fechando em 115,2 pontos (Imagem: Unsplash)
A análise destaca o efeito do câmbio sobre os preços das commodities, que atingiram patamares históricos, a produtividade nas colheitas de cana e café, e o clima favorável na segunda quinzena de maio que beneficiou os cultivos tardios da safrinha de milho.
“A avaliação sobre o crédito também melhorou, afastando o temor inicial de que a Covid-19 pudesse reduzir a disponibilidade de recursos e sinalizando que o Plano Safra, divulgado em junho, foi bem recebido pelos produtores”, afirmou.
Além disso, o Deagro disse que as excelentes relações de troca entre os produtos agrícolas e o pacote de insumos foram suficientes para diminuir o pessimismo em relação aos custos de produção.
Na pecuária, a alta trimestral foi de 3,2 pontos para 110,2 pontos. “Melhoraram as avaliações a respeito do crédito e da produtividade. A percepção dos preços também subiu”.
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