Brasil ocupa 4ª posição no primeiro índice iberoamericano sobre Govtec
O Brasil obteve, ainda, uma pontuação de 4,84 no pilar relativo ao governo, número que é “pouco acima da média regional”, que está em 4,62 (Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)
A adoção do isolamento social como forma de combate à pandemia tem reforçado a necessidade de se ampliar a oferta de produtos e serviços à distância, tanto no setor público como no privado.
Essa tendência foi percebida também pelo Banco de Desenvolvimento da 💥️América Latina (CAF), que publicou hoje (13) o primeiro Índice Govtech da Iberoamérica.
Govtech é a 💥️infraestrutura tecnológica visando soluções inovadoras adotadas pelos governos tanto para trabalhos internos como para a disponibilização de serviços aos cidadãos.
A análise feita pelo CAF abrange 16 países, no que se refere à “maturidade dos ecossistemas nos quais 💥️startups e pequenas e médias empresas inovadoras trabalham com governos para resolver problemas públicos mediante o uso de dados e tecnologias digitais”.
De acordo com o levantamento, o Brasil ficou em quarto lugar, com um índice de 5.256 pontos – atrás apenas de 💥️Espanha (6.630 pontos), 💥️Portugal (6.283) e 💥️Chile (5.367).
O quinto lugar ficou com o 💥️México, que obteve 5.241 pontos.
De acordo com o CAF, o índice tem como referência 28 indicadores e desenvolve 7 dimensões que são agrupadas em três pilares: startups, governo e compras públicas.
Brasil
A informa aponta que o 💥️Brasil se encontra bem acima da média regional (3,41) no pilar Startups, com uma pontuação de 5,77 o que, segundo o relatório, “reflete o ambiente criado por uma promissora infraestrutura técnica, por meio da disponibilidade de dados e desenvolvedores de tecnologia”.
Aponta também a existência de um “ambiente regulatório relativamente favorável no país, onde os negócios podem ser iniciados com mais facilidade e talentos provenientes das universidades mais bem aproveitados do que em outros países da região, além de parcerias com indústrias”.
O Brasil obteve, ainda, uma pontuação de 4,84 no pilar relativo ao governo, número que é “pouco acima da média regional”, que está em 4,62. Segundo a CAF, o país tem como ponto positivo os quesitos relativos à prestação de serviços online, o que aponta “elevado nível de interesse em digitalizá-los”.
No pilar compras públicas, o Brasil alcançou pontuação de 5,16, ficando abaixo da média regional, que foi de 5,45. “Uma das explicações para o índice é a falta de confiança nos processos de compras governamentais, impactados negativamente pelos escândalos de corrupção do passado”, diz o documento.
“Embora exista uma legislação robusta sobre o tema, é comum que os processos de compras sejam objeto de investigações. Espera-se que aprovação do Marco Legal das Startups, prevista para curto prazo, crie um impacto positivo no ambiente de compras governamentais brasileiro”, complementa.
Empréstimos e conhecimento
Segundo o representante do CAF no Brasil, Jaime Holguín, o banco tem uma carteira de US$ 27 bilhões, cabendo ao Brasil uma participação de US$ 2,2 bilhões. “Nossa atuação visa o desenvolvimento sustentável do países.
Temos como componente principal as obras de infraestrutura, mas não oferecemos apenas empréstimos. Oferecemos conhecimento”, explicou hoje, ao anunciar os resultados.
De acordo com o executivo da Diretoria de Inovação Digital do Estado, Marcelo Facchina, entre os desafios da entidade está o de dar segurança ao servidor público para abraçar a inovação enquanto política.
Conclusões e recomendações
Com relação ao Brasil, o executivo lista, como principais conclusões, a de que o país é o que possui maior número de empresas govtech, se comparado aos demais países da América Latina.
Citou também o fato de o país ter “compromisso com a digitalização do governo e de serviços online”; e o estágio avançado das discussões sobre uma nova lei de compras.
Entre as recomendações ao país, ele destaca a necessidade de se criar uma estratégia nacional ou integrar um eixo govtech na estratégia de transformação digital atual; a mobilização de recursos públicos e privados; reformas regulatórias como a lei das startups e lei de compras públicas para a inovação; e a liberação de recursos para a criação de um fundo e de uma estratégia nacional”
“É também necessária a construção de confiança com os cidadãos para combater os altos índices de percepção de corrupção”, acrescentou.
Diretor da Diretoria de Inovação Digital do Estado, Carlos Santiso, informou que o CAF pretende aplicaro índice na avaliação de 30 grandes cidades ibéricas e americanas. “A ideia é promover empresas locais para soluções locais, aproveitando que a urgência de transformação digital foi reforçada com a crise [decorrente da pandemia”.
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