Chuvas podem segurar a produção de etanol, aliviar estoques e melhorar preços
Consumo fraco do etanol ainda não sustenta preços melhores nas usinas (Imagem: REUTERS/Marcelo Teixeira)
A recuperação da demanda do 💥️etanol está lenta e abaixo da produção. E as chuvas que estão caindo sobre as regiões produtoras podem ajudar a equalizar com um pouco menos de oferta, já que as operações nas indústrias ficam prejudicadas. Há a torcida para que dure mais tempo.
Mesmo considerando apenas as indústrias com menor flexibilidade para fabricação de mais açúcar – que a estas alturas da safra já são várias – e as destilarias, incluindo as que processam o milho, o volume de biocombustível pressiona os preços. O litro do hidratado caiu duas semanas seguidas na venda para as distribuidoras, respectivamente 1,09% e 0,73%, segundo levantamento do Cepea/Esalq.
Inclusive, o recuo da semana passada ocorreu mesmo com o aumento de 4% da 💥️gasolina. “Muitas empresas, sobretudo as destilarias, não têm para onde correr, e com o tempo muito seco a safra estava acelerada”, diz Ricardo Pinto, CEO da RPA Consultoria. Ele chama a atenção para as empresas produtoras de etanol de milho, que ajudam a irrigar mais o mercado.
Entre produtoras flex de cana e milho e as só do cereal já são nove.
Com o setor sob capacidade baixa de estocagem – inclusive entre alguns players – e necessidade de fazer caixa (sem o açúcar no mix), a pressão das distribuidoras foi maior.
As chuvas serão mais importantes para segurarem a produção, escoando simultaneamente o etanol dos postos, se durarem mais tempo. “Não é tanto a intensidade, mas a duração”, avalia Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.
Está para chegar uma nova frente fria a partir de quinta-feira, considerada significativa para a época do ano, inclusive com formação de geadas no Sudeste, mas há dúvidas se trará mais chuvas generalizadas.
Do início da safra 20/21 no Centro-Sul, até 1º de agosto, a comercialização de etanol hidratado e anidro caiu 20%, dando um total pouco acima de 9 bilhões de litros. A Unica, que representa as unidades da macrorregião, confirmou há 10 dias que o setor estava com estoques 30% superior ao mesmo período de 2023.
E, assim mesmo com uma produção acumulada também menor.
Muruci, no entanto, vê essa pressão sobre o etanol como passageira. A Safras já está projetando o litro para R$ 2,31 a R$ 2,33 para janeiro. E a base que seria para o primeiro mês de 2023 foi trazida para dezembro, R$ 2,30.
Com a entressafra ficando mais próxima, a tendência é o hidratado ganhar mais preço.
Precisa só combinar com o consumidor.
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