Investidores da Alibaba se antecipam a sanções americanas

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A movimentação com os papéis da Alibaba indica que a retórica feroz do governo do presidente Donald Trump contra empresas chinesas de tecnologia convence investidores a tomar medidas para evitar suas potenciais consequências (Imagem: Facebook/Alibaba Group)

Muitos dos maiores investidores da 💥️Alibaba Group Holding converteram bilhões de dólares em papéis negociados nos 💥️EUA por ações listadas em 💥️Hong Kong, em parte para evitar potenciais sanções do governo americano e o cancelamento da listagem de importantes empresas chinesas de tecnologia.

Temasek Group Holdings, Baillie Gifford e Matthews Asia estão entre as grandes acionistas que trocaram participações na gigante chinesa de comércio eletrônico para aproveitar novas regras que facilitam a substituição, após a listagem da Alibaba em Hong Kong no ano passado. Questões geopolíticas contribuem para a mudança, de acordo com pessoas familiarizadas com as decisões.

“Muitos gestores de fundos de longo prazo, especialmente aqueles com gestores na Ásia, estão realizando ou considerando a troca de ADRs por ações listadas em Hong Kong ”, disse Nelson Yan, responsável por investimentos em mercados de capitais offshore da Creditease Wealth Management, se referindo à sigla para American Depositary Receipts, que são recibos de companhias estrangeiras emitidos nos EUA. “A demanda por esses ADRs nos EUA agora é atrapalhada pela política.”

A movimentação com os papéis da Alibaba indica que a retórica feroz do governo do presidente 💥️Donald Trump contra empresas chinesas de tecnologia convence investidores a tomar medidas para evitar suas potenciais consequências.

Paralelamente, com as companhias chinesas mais empenhadas em fazer listagens duplas usando Hong Kong, a liquidez dos papéis listados em Nova York é ameaçada.

Em março, James Anderson, sócio e gestor de carteiras da Baillie Gifford, disse em entrevista à Bloomberg Television que o valor de mercado da Alibaba poderia chegar a US$ 2 trilhões.

Em seguida, no segundo trimestre, a instituição trocou 10,4 milhões de papéis listados nos EUA, com valor aproximado de US$ 2,67 bilhões. A quantia corresponde a aproximadamente um quinto de sua participação e à maior mudança desde que a gestora investiu na companhia chinesa pela primeira vez, em 2014.

A Baillie Gifford, que é uma das maiores acionistas da Alibaba, converteu os instrumentos em ações listadas em Hong Kong, de acordo com uma pessoa com conhecimento da decisão. Um porta-voz da organização sediada em Edimburgo se recusou a comentar.

Um porta-voz da Temasek, estatal de investimento de Cingapura, confirmou a troca de metade de sua participação — representando 12,1 milhões de papéis com valor estimado em US$ 3 bilhões — dos EUA para Hong Kong, mas se recusou a fazer comentários adicionais.

A questão é tratada com prioridade por muitos investidores institucionais desde maio, quando o Senado americano aprovou por esmagadora maioria o projeto de lei S.945, que pode acabar impedindo a listagem de companhias chinesas nas bolsas dos EUA.

Entre suas condições estão a certificação de que as empresas não estão sob o controle de governos estrangeiros e a permissão para auditoria realizada pelo Comitê de Supervisão da Contabilidade de Empresas de Capital Aberto.

A Matthews Asia, que administra cerca de US$ 23,4 bilhões em ativos, se livrou de quase três quartos dos papéis da Alibaba que detinha nos EUA durante o segundo trimestre, totalizando ao redor de US$ 700 milhões. Boa parte desse valor agora está em Hong Kong e no Pacific Tiger Fund, comandado por Sharat Shroff.

“O local não importa muito — o importante é ter acesso a liquidez e ter acesso ao mecanismo de preços certo para continuarmos posicionados em Alibaba por meio da listagem em Hong Kong, bem como da listagem nos EUA”, disse Shroff a clientes durante um webcast em julho.

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