Dona de shoppings nos EUA planeja pedido de recuperação judicial
A empresa continuará negociando com credores seniores e outros que não assinaram o acordo. Conforme o planejamento, o processo judicial eliminaria US$ 900 milhões em dívidas (Imagem: Instagram/CBL)
Nos 💥️EUA, a proprietária de shopping centers 💥️CBL Properties planeja um pedido de recuperação judicial, vítima da menor frequência de clientes, do fechamento de lojas e de aluguéis insuficientes para cobrir mais de US$ 3 bilhões em dívidas.
Segundo comunicado, a companhia já chegou a um acordo com alguns credores para entregar o controle da operação aos detentores de seus títulos não garantidos.
A empresa continuará negociando com credores seniores e outros que não assinaram o acordo. Conforme o planejamento, o processo judicial eliminaria US$ 900 milhões em dívidas.
A CBL já tinha avisado investidores dos problemas porque os inquilinos não estavam pagando aluguel. A expectativa é que os shopping centers da companhia permaneçam abertos ao longo do processo judicial.
A recuperação judicial será pedida o mais tardar em 1º de outubro e provavelmente será financiada pelos US$ 220 milhões em caixa que a CBL considera suficiente para continuar operando e pagar pela reestruturação.
Suas joint ventures e unidades de propósito especial, que detêm propriedades hipotecadas, não entrarão na proposta de falência, informou a CBL. Essas empresas continuarão pagando suas dívidas normalmente.
Membros da família fundadora têm participações relevantes e Stephen D. Lebovitz, filho do cofundador, é o CEO. Sob a proposta de reestruturação, detentores de ações ordinárias e preferenciais teriam 10% da empresa reestruturada.
Esses acordos precisam ser aprovados por um juiz de falências depois que os credores tiverem a oportunidade de votar.
Shoppings em apuros
Há muito tempo os analistas já previam problemas para os shopping centers e centros comerciais de rua que atendem áreas menos abastadas dos EUA. Esse perfil domina o portfólio da CBL de mais de 100 propriedades em 26 estados.
A empresa tem sofrido para compensar a perda de lojas âncoras, como Sears e J.C. Penney, e varejistas com unidades em toda parte, como Forever 21. Muitas varejistas faliram ou reduziram o número de lojas à medida que a clientela debandou para o e-commerce.
Para preencher o espaço vazio, a CBL recorreu a inquilinos não tradicionais, incluindo academias esportivas, restaurantes, consultórios médicos e cassinos. Mas a empresa sediada em Chattanooga, Tennessee, não tinha capital para investir nos inquilinos inovadores nem para atrair frequentadores, de acordo com a Bloomberg Intelligence.
E isso foi antes do coronavírus, que forçou a CBL a fechar temporariamente 68 shoppings que possui ou administra. A companhia já informou que arrecadou apenas 27% dos aluguéis cobrados em abril e provavelmente receberá de 25% a 30% dos aluguéis de maio, com base nas receitas preliminares e conversas com varejistas.
“Eles nunca posicionaram a dívida para conseguir suportar uma piora econômica como estamos vendo agora”, acrescentou Vince Tibone, analista sênior da Green Street Advisors.
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