Fundos puxam cotações do café e podem espantar compradores já bem abastecidos

sacas de café-exportações

Alta do café puxada pelo financeiro não é vista como positiva (Imagem: REUTERS/Juan Carlos Ulate)

Na visão de alguns participantes do setor de 💥️café, não há fundamentos técnicos que sustentem as cotações nos patamares de hoje em Nova York, nos futuros do arábica, apesar de que a safra brasileira não deverá atingir a produção esperada.

O mercado está sendo movimentado pela ponta financeira, onde os fundos estão reforçando posições compradas e isso pode não ser bom. A movimentação é técnica, como foram as altas do início da semana e, na sequência, duas sessões de realizações de lucros.

Mesmo que essa demanda financeira eleve as cotações, pela lógica, como se observa o contrato de dezembro acima de 134 centavos de dólar por libra-peso (mais 2,87% ao redor das 13h20, de Brasília), “me deixa extremamente preocupado porque puxa o mercado e atrasa os comerciais”, diz Lúcio Dias, superintendente comercial da 💥️Cooxupé.

Os compradores estão bem abastecidos e podem sair do balcão. “O comerciante, que já está muito comprado, não tem necessidade de comprar mais e já vai ficando sem fôlego financeiro”, completa. Ou seja, o caixa das empresas não vai suportar as altas e elas saem de novas aquisições.

Essa variável também implica, junto com a desvalorização cambial, em pressão nos preços dos produtores.

O executivo da maior cooperativa exportadora lembra também que segunda (7) é feriado no Brasil e Estados Unidos, o que ajuda, ao lado do câmbio, a expansão dos preços na ICE Futures.

E, ainda, pode entrar na precificação, na próxima semana, o fator clima.

Se ficar visível algum prejuízo às lavouras do Sul de Minas, sob muito pouca chuva em 100 dias, aí, sim, entra um fundamento, dando suporte para 140 c/lp, ou até um pouco mais, pensa Lúcio Dias. Ele espera 7,1 milhões de sacas sendo recebidas pela cooperativa na atual safra praticamente em fim de colheita.

Oferta e demanda

O mercado também testa a queda nos estoques de cafés certificados na ICE, por pressão de consumo maior nos lares durante a pandemia. E, na virada da quinzena de setembro sairá o Green Coffee Association, mostrando dados dos estoques americanos de café verde.

Em ano no qual a bianualidade da cultura cafeeira favoreceria a produção maior, o veranico do começo de 2023, e, depois, novas condições prejudiciais, tiraram a capacidade prevista de poder chegar a 62 milhões de sacas. A Conab chegou a falar em até 67 milhões.

“Se chegar a 60 milhões será um milagre”, comenta Jânio Zeferino, da AgroEasy.

Junto com o maior consumo, o analista viu pressão positiva para o café, assim como para outras commodities sob a ótica dos fundos investidores mais estimulados pelo risco.

“Mas o produtor não deve ficar esperando mais, tem que vender porque os preços agrícolas têm muita volatilidade”, pontua.

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