Chuva afeta moagem de cana na 2ª parte de agosto; produção de açúcar cresce 16,3%
O tempo seco na maior parte da safra, contudo, está favorecendo a qualidade da cana (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)
A moagem de cana do centro-sul do 💥️Brasil totalizou 42,1 milhões de toneladas na segunda quinzena de agosto, queda de 12,2% ante mesmo período da safra 2023/20, com chuvas afetando o ritmo de colheita e reduzindo a intensidade do crescimento da produção de 💥️açúcar, afirmou nesta quinta-feira a associação Unica.
Na quinzena anterior, a moagem havia totalizado 46,4 milhões de toneladas.
Para o diretor técnico da União da Indústria de 💥️Cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, as maiores reduções de moagem em função das chuvas foram observadas no Estado do Paraná e Mato Grosso do Sul.
Em São Paulo, as regiões de Assis e Piracicaba foram as mais impactadas.
Entretanto, regiões como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto não registraram redução quinzenal de moagem em decorrência das precipitações.
“Nessas regiões, o clima seco permaneceu e pode influenciar a produtividade da lavoura nos próximos meses”, disse ele em nota.
O tempo seco na maior parte da safra, contudo, está favorecendo a qualidade da cana. Na segunda quinzena de agosto, a concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 156,07 kg por tonelada, contra 151,01 na mesma quinzena da safra passada.
No acumulado até 1º de setembro deste ano, o indicador de qualidade alcançou 139,34 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, alta de 4,54%.
A produção de açúcar do centro-sul aumentou 16,34% na segunda quinzena de agosto ante o mesmo período do ano passado, para 2,9 milhões de toneladas, mas ficou abaixo das mais de 3 milhões da primeira metade do mês.
As usinas destinaram 46,84% da cana para a produção de açúcar na segunda quinzena de agosto, ante 47,6% na primeira parte do mês e versus 36,5% na temporada anterior, quando a safra foi mais alcooleira.
A produção de etanol no centro-sul somou 2,16 bilhões de litros na 2ª quinzena de agosto, queda de 21% na comparação anual.
Vendas
A forte alta da produção de açúcar ocorre em meio a um mercado de etanol mais fraco e com uma forte demanda internacional pelo adoçante, indicou a Unica citando exportações da commodity em agosto de 3,47 milhões de toneladas, mais que o dobro do mesmo período do ano passado e recorde na série histórica para o mês.
Já as vendas de etanol para o mercado externo também se destacaram, atingindo 306,34 milhões de litros em agosto, alta de 6,28% em relação ao mesmo mês de 2023, segundo a Unica.
De abril até 1º de setembro, o volume destinado à exportação totalizou 1,10 bilhão de litros, crescimento de 25,17%.
“A maior demanda por etanol no mercado externo e as vendas de álcool para outros fins atenuaram parcialmente o impacto da queda na demanda por combustíveis no mercado interno”, disse Padua.
No acumulado desde o início da safra 2023/2021 até 1º de setembro, as vendas de etanol pelas unidades produtoras do centro-sul somam 11,74 bilhões de litros, com retração de 17,85% na comparação com mesmo período de 2023.
Desse total, 10,64 bilhões foram destinados ao mercado interno (queda de 20,64%).
Veja abaixo detalhes sobre a moagem e produção (cana e açúcar em milhões de toneladas, etanol em bilhões de litros e ATR em quilos por tonelada):
Centro-Sul & Segunda Quinzena de Agosto (Comparação Anual)
2019/20 2023/21 % CHANGE
MOAGEM DE CANA 47,97 42,11 -12,21
AÇÚCAR 2,52 2,93 16,34
ETANOL 2,73 2,16 -21,02
ATR (kg/T) 151 156 3,36
CANA PARA AÇÚCAR 36,5% 46,8%
Acumulado da Safra Até Final de Agosto
2019/20 2023/21 % CHANGE
CANA 399,79 415,08 3,83
AÇÚCAR 18,01 25,89 43,76
ETANOL 20,70 18,96 -8,36
ATR (kg/T) 133 139 4,54
CANA PARA AÇÚCAR 35,4% 46,9%
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