Venezuela desafia sanções dos EUA e importa petróleo do Irã
A carga provavelmente será usada pela estatal Petróleos de Venezuela para ser misturada com petróleo bruto da Venezuela (Imagem: REUTERS/Nick Oxford)
Um petroleiro está descarregando condensado do 💥️Irã para a 💥️Venezuela em meio à tentativa dos dois países de escapar das sanções dos 💥️Estados Unidos.
O navio é identificado em documentos internos como Honey, de acordo com um relatório e uma pessoa com conhecimento da situação. O nome real do petroleiro é Horse, segundo um documento.
O superpetroleiro com bandeira do Irã, que desativou o sinal de satélite em 7 de agosto, começou a descarregar cerca de 2 milhões de barris de condensado, um tipo de petróleo extra leve chamado South Pars, no porto estatal venezuelano de José no sábado.
A carga provavelmente será usada pela estatal Petróleos de Venezuela para ser misturada com petróleo bruto da Venezuela e ajudar a impulsionar a produção no cinturão de petróleo do Orinoco.
A Venezuela, membro fundador da Opep e com as maiores reservas de petróleo do mundo, tenta driblar a queda da produção depois que as sanções dos EUA cortaram o acesso a equipamentos e compradores para seu petróleo. A produção caiu para 339 mil barris por dia em julho, o nível mais baixo desde a década de 1910, de acordo com dados da Opep e do governo compilados pela Bloomberg.
É a primeira vez que a Venezuela importa petróleo bruto do Irã, embora tenha importado gasolina. É também a primeira importação de petróleo do país desde abril de 2023, quando conseguiu um carregamento de petróleo nigeriano Agbami para misturar com seu óleo pesado e produzir o carro-chefe Merey 16, a mistura mais exportada do país.
O navio Horse está registrado na National Iranian Tanker Company, que já enfrenta 💥️sanções do governo dos EUA. Em sua última posição informada, estava perto de Fujairah, na costa dos Emirados Árabes Unidos. Antes de embarcar para a Venezuela, o petroleiro desligou o transponder, prática que se tornou comum entre navios com destino à Venezuela.
As importações são usadas para compensar a queda da produção de petróleo leve da Venezuela, usado para produzir o Merey, ou como diluente para ser misturado com tipos viscosos de petróleo e torná-los mais comercializáveis.
O Ministério da Informação da Venezuela, a PDVSA e o Ministério de Relações Exteriores do Irã não retornaram ligações e e-mails com pedido de comentários.
Os EUA têm intensificado as sanções, deixando pouco espaço para empresas trabalharem com o regime do presidente Nicolás Maduro.
No mês passado, os EUA apreenderam quatro petroleiros que transportavam gasolina iraniana com destino à Venezuela em uma ação sem precedentes do governo Trump. Os petroleiros transportavam 1,116 milhão de barris de petróleo, confiscados após a ajuda de “parceiros estrangeiros”, disse o Departamento de Justiça na época. A Casa Branca não comentou sobre a importação mais recente.
Depois que empresas como as russas Rosneft Trading, TNK Trading e a mexicana Libre Abordo SA cortaram relações com o regime, o governo de Caracas expandiu negócios com o Irã.
Neste ano, o governo de Teerã forneceu 1,5 milhão de barris de gasolina para a PDVSA e alimentos para o primeiro supermercado iraniano na Venezuela.
A falta de gasolina obriga venezuelanos a enfrentarem filas por horas e até dias, enquanto Caracas sofre racionamento. A perspectiva de piora da escassez de combustível e de agitação social no país levou a PDVSA a tentar reativar a rede de refino afetada por anos de má gestão.
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