Militares enviam médicos para fazer exames de Covid-19 em índios na Amazônia

Médicos

O Ministério da Defesa disse que seus médicos fizeram 37 mil checkups desde 24 de setembro e que levaram 39 toneladas de remédios, alimento e equipamento de proteção aos guajajara (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Militares encerraram nesta segunda-feira uma operação de três semanas que proporcionou cuidados médicos ao povo indígena guajajara, que vive na 💥️Amazônia, afetado pela Covid-19, em reação às críticas de que o país não está protegendo povos indígenas vulneráveis da pandemia.

Líderes guajajara elogiaram as 💥️Forças Armadas por levarem médicos e enfermeiros de avião para fazerem exames rápidos de Covid-19 e examiná-los em busca de outras doenças, mas criticaram a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) por não protegê-los do novo 💥️coronavírus.

O Ministério da Defesa disse que seus médicos fizeram 37 mil checkups desde 24 de setembro e que levaram 39 toneladas de remédios, alimento e equipamento de proteção aos guajajara, um povo que mora em várias reservas da floresta tropical do 💥️Maranhão.

Os guajajara são conhecidos por suas equipes de guerreiros, conhecidos como os “guardiães da floresta”, criadas para impedir que madeireiros ilegais invadam suas terras, o que acontece cada vez mais desde que os controles ambientais foram afrouxados pelo presidente Jair Bolsonaro.

Grupos indígenas e de direitos humanos, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Human Rights Watch, criticam o governo por ter reduzido a abrangência da Sesai e por ignorar o sofrimento dos povos indígenas diante da pandemia.

Até agora, houve 47 mortes de Covid-19 entre os 800 mil indígenas brasileiros, de acordo com a Sesai, que só oferece cuidados de saúde àqueles que moram em reservas. Outros 388 morreram em áreas urbanas fora das reservas, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

O diretor da Sesai, Robson Santos, disse aos repórteres que a taxa de letalidade dos casos de Covid-19 entre os povos indígenas do Brasil acabou se mostrando muito menor do que a esperada: 1,5%.

O total de mortos do país chegou a 146.352 no domingo, e os casos confirmados a 4.915.289.

Também no domingo, helicópteros militares levaram clínicos gerais, além de ginecologistas e até veterinários, ao vilarejo de Morro Branco, onde três pessoas morreram de Covid-19.

Carlos Travassos, ex-autoridade da Fundação Nacional do Índio (Funai) responsável por povos indígenas isolados, disse que o envio de médicos foi apenas uma operação de mídia para tentar mostrar que o governo está combatendo a Covid-19 entre comunidades indígenas.

“O que ocorreu de fato foi uma ação pra inglês ver”, opinou.

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