Argentinos ricos fogem de impostos e migram para Uruguai

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O resultado é um fluxo de cérebros e riqueza da vizinha Argentin (Imagem: Reuters/Marcos Brindicci)

Há três meses, Catalina Jack, economista argentina de 37 anos com dois mestrados, embarcou em uma balsa rápida em Buenos Aires rumo ao 💥️Uruguai. Ela conseguiu um emprego em uma empresa de software e agora olha o mundo de uma casa que alugou perto do balneário de Punta del Este.

Seu irmão e sua família haviam se estabelecido nas proximidades algumas semanas antes. Duas dúzias de amigos já mudaram ou estão mudando.

“Eu preferia continuar trabalhando na 💥️Argentina”, disse. “Hoje, acho que não tem lugar para mim lá. Não tenho dúvidas de que as pessoas que saem são as que pagam mais impostos, as mais produtivas e as mais qualificadas.”

Depois que Luis Lacalle Pou foi eleito presidente do Uruguai em novembro passado, o primeiro líder que não é de esquerda em 15 anos, anunciou planos para atrair imigrantes qualificados e investimentos para energizar o país com 3,5 milhões de habitantes.

O que ele não sabia era quão profundamente a💥️ Covid-19 e a crise econômica afetariam a Argentina ou como o excepcional sistema de saúde pública do Uruguai colocaria o país entre as nações com melhores resultados no combate à pandemia. O número de mortos no país é de apenas dezenas.

O resultado é um fluxo de cérebros e riqueza da vizinha Argentina. Carlos Enciso, embaixador do Uruguai, disse à Rádio Montecarlo que 100 argentinos por semana têm se candidatado no consulado de Buenos Aires para residência no Uruguai.

A responsável pela autoridade tributária argentina, Mercedes Marco del Pont, disse à agência de notícias Telam que, em 2023, quase metade dos 504 argentinos que estabeleceram residência fiscal no exterior & uma tendência liderada ricos & escolheram o Uruguai.

Dados do Ministério do Interior mostram que cerca de 13 mil argentinos chegaram para ficar entre abril e setembro.

Embora as rígidas regras de combate à lavagem de dinheiro tenham tornado o Uruguai um destino menos acolhedor para o dinheiro argentino em relação ao passado, dados do banco central mostram que os depósitos de não residentes em instituições locais aumentaram US$ 528 milhões nos 12 meses desde que as eleições primárias na Argentina sinalizaram que um governo de esquerda assumiria o poder. Acredita-se que a maioria desses depósitos seja de argentinos.

As novas onda migratória é impulsionada por maiores impostos e propostas de mais aumentos, divisão política crescente, agravamento da pobreza e propagação contínua do coronavírus.

A Argentina enfrenta inflação de 41%, controles cambiais cada vez mais rígidos, colapso do PIB e títulos que apontam para uma alta probabilidade de default poucas semanas depois que o país saiu do último. Mais de 20 mil argentinos morreram de Covid-19.

Lacalle Pou afirma que gostaria receber de 100 mil a 200 mil imigrantes. O presidente uruguaio reduziu os requisitos de presença física e de investimentos para a obtenção de residência fiscal.

A partir de julho, estrangeiros que moram pelo menos 60 dias por ano no Uruguai e compram imóveis de valor superior a US$ 388 mil se qualificam. Os recém-chegados também podem obter residência investindo mais de US$ 1,7 milhão em um negócio que gere pelo menos 15 empregos de tempo integral. Sua coalizão no Congresso também dobrou o incentivo fiscal para novos residentes para 10 anos.

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