Abitrigo pede que Brasil não libere entrada de trigo transgênico da Argentina
A Argentina é responsável pelo fornecimento de cerca de 60% do cereal que abastece o mercado brasileiro, sendo complementado pelo produto nacional (30%) e de outras origens (10%) (Imagem: REUTERS/Ilya Naymushin)
Representantes da 💥️indústria de 💥️trigo do 💥️Brasil vão pedir ao governo que não libere a comercialização no país de uma variedade transgênica do cereal aprovada recentemente pela 💥️Argentina, informou a associação do setor Abitrigo nesta quarta-feira.
O movimento vem após uma sondagem mostrar que brasileiros são contrários ao uso de trigo geneticamente modificado (GM) e poderiam até suspender compras do produto argentino no caso de exportações do grão transgênico, disse a entidade em nota.
“Em pesquisa interna promovida pela Abitrigo junto aos moageiros brasileiros, 85% não foram favoráveis à utilização de trigo GM e 90% informaram estar dispostos a interromper suas compras de trigo argentino, caso se inicie produção comercial naquele país e sua exportação para o Brasil”, afirmou a associação.
A Argentina é responsável pelo fornecimento de cerca de 60% do cereal que abastece o mercado brasileiro, sendo complementado pelo produto nacional (30%) e de outras origens (10%).
A associação setorial também ressaltou que pesquisas capitaneadas pela empresa estatal de pesquisa Embrapa e parceiros privados têm promovido avanços em qualidade e produtividade do trigo sem necessidade de tecnologia de modificação genética.
O uso de transgênicos ainda exigiria controles que gerariam custos para os processos de importação e teriam consequências sobre preços, acrescentou.
“Por esses motivos, a Abitrigo se manifestará contrariamente à comercialização tanto da farinha quanto do trigo transgênicos no curso da audiência pública convocada pela CTMBio, por solicitação da empresa argentina produtora de trigo transgênico”, afirmou a associação, que disse que também pedirá veto da venda do produto a autoridades.
O governo argentino aprovou neste mês a variedade transgênica de trigo HB4, da empresa de biotecnologia Bioceres, mas destacou que a comercialização do produto ficaria sujeita à autorização para importações pelo Brasil, conforme publicação no Diário Oficial do país na semana passada.
A variedade do cereal HB4 desenvolvida pela Bioceres e pela francesa Florimond Desprez “confere tolerância à seca e tolerância ao herbicida glufosinato de amônio”, segundo o governo argentino.
Mas a importação de trigo transgênico ainda não foi aprovada por nenhum país, o que deixaria agricultores argentinos com pouco incentivo para plantar a nova variedade.
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