Problemas em safras de algodão e demanda evitam maior superávit
O mau tempo nos Estados Unidos, o maior exportador de algodão, bem como no Paquistão e na Índia, maior produtor, também limita a oferta (Imagem: Pixabay)
A retomada da demanda por 💥️algodão, combinada com problemas nas safras devido ao clima adverso, deve eliminar o superávit global deste ano e evitar um aumento excessivo da oferta, de acordo com a Ecom Agroindustrial, uma das maiores tradings de soft commodities do mundo.
Os contratos futuros do algodão negociados em Nova York subiram 47% desde a mínima de 11 anos em abril, quando a demanda despencou devido à pandemia de 💥️Covid-19, que obrigou o fechamento de lojas de varejistas no mundo todo e aumentou os estoques globais.
O mau tempo nos Estados Unidos, o maior exportador de algodão, bem como no Paquistão e na Índia, maior produtor, também limita a oferta.
“Vemos produção versus consumo bastante equilibrados, então a boa notícia é que não há aumento dos estoques finais”, disse Antonio Vidal Esteve, responsável pela unidade de algodão da Ecom Trading, em resposta por e-mail.
“A má notícia é que já são bem grandes e não vão cair. De fato, não falta algodão no mundo.”
O consumo mundial ficou em 102 milhões de fardos na safra do ano passado e deve se recuperar para 111 milhões de fardos na atual temporada de 2023-21, de acordo com estimativas da Ecom, com sede Pully, na Suíça. Em contraste, o Departamento de Agricultura dos EUA vê dois superávits globais. Cada fardo pesa 218 quilos.
Depois que furacões e secas reduziram o potencial, a safra dos EUA “se deteriorou”, e a Ecom estima que fique perto de 16 milhões de fardos, menos do que os 17 milhões estimados pelo USDA.
“A Índia parecia ir muito bem, mas houve chuvas intensas recentemente em algumas regiões”, disse Esteve. “Ainda não se sabe qual será o impacto na safra. No Paquistão, também parece menor.”
A safra recorde brasileira de cerca de 3 milhões de toneladas (13,8 milhões de fardos) compensará grande parte das perdas em outros lugares, afirmou.
“A demanda tem estado boa ultimamente, especialmente na China e no Paquistão, mas isso tende a ir em ondas”, disse, acrescentando que observa reposição de estoques tanto em países produtores quanto consumidores devido à pandemia.
Os enormes programas de estímulo e a demanda consistente da China por algodão dos EUA, impulsionada por suas obrigações comerciais, podem elevar os preços do algodão, afirmou. No entanto, os níveis de estoque historicamente altos em relação à demanda e poucas mudanças nas perspectivas de plantio no mundo todo devem manter os ralis sob controle.
“Com os preços atuais, você não verá muitas, se houver, reduções na área de produção”, disse.
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