Rodolfo Amstalden: pensei ouvir um choro, fui ao berço, e ele estava vazio
É tranquilamente capaz de subir quando o mercado inteiro cai (Imagem: Publicidade/ Rodolfo Amstalden)
Não sei bem como explicar, pois se trata de algo que desafia toda minha formação lógica e racional.
Depois de anos acompanhando, dia após dia, a performance da Carteira PRP®, posso concluir com segurança que ela passou a assumir uma vida própria.
Não sei exatamente quando isso aconteceu, ou se sempre foi assim e eu só percebi agora.
Talvez seja como aqueles brinquedos do Toy Story, que se fingem de inertes enquanto os humanos estão na sala, mas assumem as rédeas de suas complexas existências tão logo o pregão acaba.
Deixe-me tentar descrever minimamente o que acontece por aqui.
A priori, imaginaríamos que a performance agregada de um portfólio seria resultado inequívoco da média ponderada pelos pesos de cada ativo específico.
No entanto, não é assim que funciona sob o ponto de vista sensorial.
A cada manhã que o Richard computa o desempenho da carteira, ficamos embasbacados, absolutamente surpresos com a reconfiguração do cosmo enquanto fechávamos os olhos.
Não tente culpar o Richard, a matemática dele está sempre perfeita.
Não é culpa de ninguém, é só o jeito que acontece.
Por meio de correlações, e das correlações entre correlações, assim por diante, até o infinito, nosso portfólio toma posse de si mesmo.
Ele deixa de ser aquele filho que criamos, amadurece, e assume vida própria.
É tranquilamente capaz de subir quando o mercado inteiro cai, porque teimou de acordar com bom humor naquele dia específico.
E as vezes cai quando o índice sobe, num de seus raros momentos de tristeza e introspecção.
O que importa, de verdade, é que nossa carteira é feliz dessa forma.
Deixou de ser aquela criança que engatinhava sob a vigília contínua dos pais e hoje conhece o poder e a responsabilidade de suas decisões autônomas.
Pois é, falta pouco para o empate no ano. De repente, falta muito, sei lá quando vem o próximo cisne negro. Mas acho mesmo que falta pouco, é o meu feeling.
Esse feeling que se nega a ser média ponderada dos meus braços, pernas, coração e cérebro.
Sou maluco como só um cérebro pode ser, sangue frio passa pelo meu coração. Toco o solo firme com minhas mãos e tento alcançar o céu com meus pés.
Somos todos reversos invertidos, habitando mundos imperfeitos, transformando objetos inanimados em alma.
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