Santander tem ótimo balanço, mas não o suficiente para convencer investidor

Santander

Uma das justificativas para a baixa dos papéis é o fantasma da inadimplência (Imagem: Santander/Linkedin)

O 💥️Santander (💥️SANB11) divulgou💥️ o seu resultado do terceiro trimestre com excelentes números: o lucro alcançou R$ 3,9 bilhões, alta de 5,3% em relação ao ano anterior, e 47% superior a estimativas compiladas pela 💥️Refinitiv.

Porém, a cifra acima das expectativas não foi suficiente para animar os investidores. As ações 💥️fecharam a sessão desta terça-feira (27) em queda de 4,73%, acompanhado pelo 💥️Ibovespa, 💥️que derreteu 1,4%, com 99.605,54 pontos.

Uma das justificativas para a baixa dos papéis é o fantasma da inadimplência. Segundo o analista Marcel Campos, da 💥️XP Investimentos, o indicador no trimestre está artificialmente baixo.

“Acreditamos que a inadimplência acima de 90 dias deve ser pelo menos tão alta quanto em 2023. O índice de cobertura do Santander hoje seria de 210% se simularmos um índice de inadimplência do 3T19 (3%), que é um índice que não nos sentimos confortáveis dado o pico de inadimplência que deve ocorrer no início de 2023”, justificou Campos.

O índice de inadimplência de 15 a 90 dias do Santander aumentou 0,4 ponto percentual, para 3,1%, principalmente por causa do comportamento do segmento pessoa física, embora o indicador acima de 90 dias tenha caído ligeiramente.

As provisões para perdas com empréstimos tiveram redução de 5,7% em relação ao ano anterior, para R$ 2,916 bilhões, considerando as recuperações de empréstimos.

“Embora consideremos as provisões ainda não normalizadas, temos agora mais visibilidade de uma possível redução sequencial dos níveis de provisionamento para os bancos incumbentes, o que deve aumentar o potencial para os bancos brasileiros e possíveis reavaliações de múltiplos”, completou.

Recuperação em “V”

Os números do Santander chamaram a atenção do 💥️Safra, no entanto. Segundo o banco, o balanço demostra um recuperação em “V”, com lucro 28% acima da estimativa.

“O banco transmitiu uma indicação muito otimista de que o pior ficou para atrás, com a redução das provisões para perdas com empréstimos”, afirmaram os analistas Luis F. Azevedo e Silvio Dória.

A receita de cartões físicos disparou 17,6% e foi considerado pelo Safra o principal destaque do trimestre (Imagem: Santander)

As despesas operacionais também surpreenderam a dupla, atingindo R$ 7,863 bilhões, queda de 5,4% em relação ao ano anterior.

“Olhando para as despesas operacionais de caixa, elas ficaram quase em linha com o previsto, atingindo R$ 5,375 bilhões”, pontuaram.

A receita de cartões físicos disparou 17,6% e foi considerado pelo Safra o principal destaque do trimestre, com a retomada do consumo puxando a alta.

Enxugando gastos

Além disso, o Santander está focado em reduzir sua operação, com uma redução de 1.201 funcionários no trimestre, para 45.147. O banco também fechou 41 agências, para 2.168.

“Acreditamos que o movimento deve continuar nos próximos trimestres à medida que os bancos estão reduzindo sua operação física”, afirmou a XP.

Recomendações

O Safra reafirmou a recomendação outperform (acima da média do mercado), com preço alvo de R$ 46, o que implica potencial de valorização de 32%.

Já a XP mantém a cautela com os papéis do Santander, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 32.

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