Investidores alertam que gigantes de carne devem prevenir surtos
Mais da metade das empresas mostrou alto risco em critérios que incluem uso de antibióticos, condições de trabalho e bem-estar animal, disse a associação com sede em Londres (Imagem: YouTube/Athena Foods)
Uma coalizão de investidores com US$ 25 trilhões sob gestão disse que alguns dos maiores fornecedores de carne não estão fazendo o suficiente para prevenir surtos de doenças infecciosas, e destacou a necessidade de melhorar medidas como biossegurança e bem-estar animal.
Cerca de 75% das 60 maiores empresas de capital aberto que fornecem carne, laticínios, peixes e ovos foram consideradas de alto risco quando se trata de conter potenciais doenças zoonóticas futuras, segundo análise do grupo 💥️Fairr.
Mais da metade das empresas mostrou alto risco em critérios que incluem uso de antibióticos, condições de trabalho e bem-estar animal, disse a associação com sede em Londres.
A crise de Covid-19 destacou condições de trabalho precárias em muitos frigoríficos, que enfrentaram dificuldades para conter o contágio, e também o vínculo entre a criação de animais e a propagação de doenças.
Um surto de coronavírus em fazendas de visons na Dinamarca e casos de gripe aviária em partes da 💥️Europa recentemente aumentam essas preocupações. Autoridades de saúde pública também alertaram que o uso em excesso de 💥️antibióticos pelo setor agrícola tem contribuído para uma crescente resistência microbiana.
“Esses sistemas intensivos de produção animal colocam em risco o bem-estar animal, o bem-estar humano e resultados ambientais”, disse a diretora executiva da Fairr, Maria Lettini. “Os investidores agora pedem às empresas de carne e laticínios que façam muito mais em biossegurança, condições de trabalho e padrões de bem-estar para evitar a criação e a propagação da próxima Covid-19.”
Segundo a análise, a pandemia destacou a falta de medidas suficientes para proteger trabalhadores e evitar cortes na cadeia de abastecimento.
O relatório da Fairr indicou que fornecedores de proteína animal não têm feito o suficiente para combater a mudança climática: três em cada quatro não declararam ou definiram metas significativas para as emissões de gases de efeito estufa.
Ainda assim, há sinais de avanço. Cerca de 25% das empresas agora fornecem uma imagem completa de seu impacto climático com a divulgação das chamadas emissões de Escopo 3, que incluem as emitidas por fornecedores, segundo a Fairr.
Sete empresas também prometeram metas com base na ciência para a redução de emissões.
“É realmente um setor que tem desafios de sustentabilidade significativos”, disse Michaela Zhirova, responsável por pesquisa e produtos ESG da Nordea Asset Management, que faz parte da Fairr. “Os investidores devem continuar a pressionar por melhoras mais rápidas.”
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