Embraer: falta um plano claro que faça as ações decolarem, por isso, não embarque nessa

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Altitude de cruzeiro: área de jatos executivos da Embraer já se recuperou da pandemia (Imagem: Facebook/Embraer)

O UBS não foi o único a se decepcionar com o desempenho da Embraer (EMBR3) no terceiro trimestre. O BB Investimentos e o BTG Pactual (BPAC11) também expressaram seu desapontamento em relatórios divulgados nesta quarta-feira (11).

Mais do que o resultado abaixo do esperado, ambos mostraram preocupação com a falta de clareza sobre os rumos da companhia.

É verdade que uma boa parte dos problemas da Embraer, neste ano, deve-se aos impactos da pandemia de coronavírus no setor aéreo mundial. Mas o fracasso em se unir à gigante americana Boeing também tem uma parcela considerável de culpa.

“Nova Embraer”

Agora, os analistas esperam sinais claros do rumo que a fabricante brasileira de aviões pretende seguir. Renato Hallgren, que assina o relatório do BB Investimentos, destaca a reestruturação em curso na companhia, com vistas à criação de uma “nova Embraer”.

A gestora do Banco do Brasil lista o corte de funcionários, a reintegração da área de jatos comerciais (inicialmente desmembrada para se preparar para a união com a Boeing), as melhorias operacionais, os esforços para ampliar seu mercado e as iniciativas para inovação e novas parcerias.

“O modelo de negócio diversificado permitirá recuperar margens em 2023, ainda que o segmento de aviação comercial apresente performance negativa”, afirma o BB Investimentos.

O analista acrescenta que a divisão de jatos executivos já opera em níveis pré-pandemia, e a divisão de defesa e segurança vem crescendo e responde por 20% da receita da Embraer.

Olho no futuro

Para Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, que assinam o relatório do BTG Pactual, os investidores vão olhar para as perspectivas da companhia, já que o balanço do trimestre decepcionou.

Ao contrário do BB Investimentos, que destaca a reestruturação interna, o BTG Pactual acredita que uma nova parceria seja o principal gatilho para uma valorização consistente da Embraer na Bolsa.

De qualquer modo, os dois relatórios reforçaram a recomendação neutra para os papéis, até que o caminho da Embraer esteja mais claro. O BB Investimentos estabeleceu um preço-alvo de R$ 14 para 2023. Já o BTG Pactual precificou as ADRs da companhia (ERJ) em US$ 8.

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