Banco Central aumenta incerteza sobre velocidade de retomada da economia

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Indicadores recentes da atividade “sugerem recuperação desigual” entre setores na economia brasileira (Imagem: Reuters/Adriano Machado

A velocidade da retomada da atividade econômica ainda é incerta. A avaliação é do 💥️Banco Central, que divulgou hoje (13) o Boletim Regional, uma publicação trimestral com análise das condições da economia por regiões do país.

Mais cedo, foi divulgado o 💥️Índice de Atividade Econômica do Banco Central (💥️IBC-Br) dessazonalizado (ajustado para o período).

No terceiro trimestre deste ano, 💥️o indicador apresentou expansão de 9,47% na comparação com o segundo trimestre. Em setembro, comparado a agosto, houve expansão de 1,29%. Em relação ao terceiro trimestre de 2023, foi registrada queda de 3%. Em 12 meses encerrados em setembro, houve retração de 3,32%.

Segundo o Boletim Regional, indicadores recentes da atividade “sugerem recuperação desigual” entre setores na economia brasileira.

“Os programas governamentais de recomposição de renda favoreceram retomada relativamente forte do 💥️consumo de bens. Contudo, várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas”, diz a instituição.

Nas regiões do país, o BC avalia que “os movimentos das economias também foram desiguais, refletindo, em alguns casos, a estrutura produtiva distinta, e, em outros, as diferenças do aumento da mobilidade e dos impulsos dos programas emergenciais”.

“Prospectivamente, apesar de melhor dimensionamento dos impactos iniciais da pandemia, a pouca previsibilidade associada à sua evolução e ao necessário ajuste dos gastos públicos a partir de 2023 aumenta a incerteza sobre a velocidade da retomada da atividade econômica”, acrescenta o banco.

Regiões

Idosos na região central de Brasília.

Apesar do crescimento no trimestre, a economia ainda não recuperou o período pré-pandemia (Imagem: Agência Brasil/Marcelo Camargo)

Segundo o BC, a atividade econômica do Norte apresentou o maior ritmo de recuperação após o impacto da 💥️pandemia.

“Contribuíram para esse movimento o aumento da mobilidade ainda em maio, a estrutura industrial voltada para bens duráveis destinados ao mercado doméstico e para as exportações de commodities [produtos primários com cotação internacional] e a maior importância relativa dos benefícios sociais”.

O Índice de Atividade Econômica Regional da Região Norte (IBCR-N) cresceu 6,7% no trimestre até agosto, em relação ao encerrado em maio (-6%), de acordo com dados dessazonalizados.

De acordo com o Banco Central, essa foi a única região a superar o nível do primeiro bimestre (período pré-pandemia). “Os crescimentos do comércio, da prestação de serviços e da produção industrial foram superiores aos das demais regiões e refletiram também em indicadores relativamente melhores no mercado de trabalho”.

No Nordeste, a atividade econômica, no trimestre encerrado em agosto, “recuperou parcialmente a retração ocorrida no trimestre anterior, favorecida pelo aumento de mobilidade e reabertura de atividades econômicas, pela recomposição da renda decorrente do auxílio emergencial e pela expansão do crédito”.

Apesar do crescimento no trimestre, a economia da região apresenta a maior retração comparativamente ao período pré-pandemia.

“Esse resultado repercute os desempenhos regionais mais fracos nos serviços e na indústria, além de piores indicadores no mercado de trabalho. O comércio ampliado, favorecido pelo auxílio emergencial, registra crescimento acima da média nacional”.

O IBCR-NE avançou 2,8% no período, em relação ao trimestre encerrado em maio, quando decrescera 7,1%, no mesmo tipo de comparação.

No Centro-Oeste, “a vocação agrícola e a produção recorde de grãos impulsionaram as indústrias de processamento de alimentos e os serviços de logística, mitigando os efeitos adversos durante o período mais crítico de restrição de circulação e funcionamento das empresas”.

O IBCR-CO cresceu 0,5% frente ao trimestre anterior (quando a retração não tinha sido tão severa quanto no restante do país), na série com ajuste sazonal. “Ressalta-se que o setor industrial da região é o único a recuperar o nível do primeiro bimestre do ano”, acrescentou o BC.

No Sudeste, os indicadores sinalizaram recuperação da economia no trimestre encerrado em agosto, após queda acentuada no trimestre anterior.

“O aumento gradual da mobilidade social permitiu a mretomada da indústria e do comércio e, em menor medida, do setor de serviços, com reflexos positivos sobre o mercado de trabalho”. O IBCR-SE avançou 4,3% no período, em relação ao trimestre encerrado em maio, quando tinha caído 6,8%, no mesmo tipo de comparação.

“Adicionalmente, a trajetória de dados mais tempestivos – como os de consumo de energia elétrica e vendas com cartão de débito – sugere que a economia continuou o processo de recuperação em setembro e outubro, embora com alguma acomodação na margem [recentemente]”.

Na Região Sul, indicadores mostram recuperação “gradual da economia, em linha com a evolução relativamente mais positiva da crise sanitária”.

“Os processos de retomada, estimulados por medidas fiscais e creditícias, mostram-se distintos entre os setores e com baixa intensidade no mercado de trabalho”, diz o BC. O nível de atividade no Sul – medido pelo IBCR-S – avançou 5,1% no trimestre encerrado em agosto, na comparação com o finalizado em maio, quando a queda de 7,1% repercutia os efeitos severos da pandemia sobre a região.

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