Safras gaúchas têm cenário mais otimista no verão mesmo com La Niña, diz Inmet
O Estado do Rio Grande do Sul já registrou problemas para a produtividade do trigo e do milho nos últimos meses devido à escassez de chuva, enquanto a estiagem também atrasou o plantio da soja (Imagem: Pixabay)
As lavouras do💥️ Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de 💥️grãos do 💥️Brasil, continuarão sofrendo com chuvas abaixo da média nos próximos meses sob influência da La Niña, mas o cenário para o verão é mais otimista na comparação com os períodos de seca vistos nos últimos meses, apontou nesta sexta-feira um especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Em períodos de La Niña, caracterizada pelo resfriamento das águas equatoriais do Pacífico, as frentes frias em geral passam muito fracas no Sul do Brasil, resultando em menos chuva e estiagem que podem impactar a safra brasileira como um todo.
De outro lado, a confiança em uma melhora climática para os gaúchos vem também das temperaturas do Oceano Atlântico, comentou Solismar Damé Prestes, coordenador do 8º Distrito do Inmet, órgão do 💥️Ministério da Agricultura.
Ele ponderou durante evento online que, embora tecnicamente a confirmação do fenômeno La Niña necessite de cinco trimestres de anomalias climáticas, seus efeitos já são sentidos.
“Estamos em período de La Niña, pudemos comprovar nos últimos dois meses com déficit hídrico bastante acentuado no Rio Grande do Sul.
Mas estamos bastante confiantes no pequeno aquecimento do Atlântico, e que vai melhorar as condições no verão”, afirmou ele.
“Um verão não ideal, mas com condições bem mais próximas da média para minimizar as consequências”, acrescentou.
O Estado do Rio Grande do Sul já registrou problemas para a produtividade do 💥️trigo e do 💥️milho nos últimos meses devido à escassez de chuva, enquanto a estiagem também atrasou o plantio da 💥️soja.
Um melhora climática poderia ser um alento principalmente para o milho, arroz e a soja, esta última a principal cultura do Estado que é o terceiro produtor da oleaginosa do Brasil.
Os gaúchos vêm de uma quebra drástica na produção de soja na temporada passada, por causa da seca, que limitou uma maior colheita brasileira, que ainda assim foi recorde.
“Os modelos preveem chuvas abaixo da média, mas com certeza a situação mais crítica foi nos últimos dois meses, outubro e novembro. Mesmo com as anomalias vamos ter chuvas mais generalizadas, e isso já podemos ver nas chuvas nos últimos dois dias…”, disse Prestes, lembrando que as precipitações devem seguir até a próxima semana, ajudando “bastante” a minimizar os efeitos da estiagem.
Alento
Para o diretor técnico da empresa de assistência técnica Emater-RS, Alencar Rugieri, os comentários do meteorologista são alentadores.
“Vindo de uma situação complexa, nada melhor que trazer o otimismo, não otimismo pelo otimismo, mas o otimismo com informações dessa natureza… Foi animador para nós, queremos levar notícia de otimismo, tem tendência de que o pior já passou”, comentou Rugieri, também durante a live.
Ele comentou que muitas vezes as pessoas falam bastante sobre a La Niña, mas se esquecem da influência climática do Oceano Atlântico, que está mais “pertinho” que o Pacífico.
Na véspera, a empresa de análises Agroconsult estimou a produção brasileira de soja em 133,2 milhões de toneladas, embora não descartando revisões para baixo na projeção, em decorrência da seca que atrasou o plantio e pode afetar o rendimento da oleaginosa.
O Paraná, que também costuma sentir efeitos da La Niña, avaliou na véspera que dificilmente a produção recorde de 2023/20 deve se repetir em 2023/21, devido à irregularidade climática.
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