Custo de produção de grão arábica é muito alto para Guatemala
A Guatemala é o sexto maior fornecedor mundial de grãos arábica (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
A Guatemala, segundo maior exportador de 💥️café da América Central, não tem como aumentar a produção dos 💥️grãos preferidos por grandes cafeterias, pois custos crescentes desestimulam investimentos de agricultores do país.
A Guatemala é o sexto maior fornecedor mundial de grãos arábica, variedade usada pela 💥️Starbucks. A gigante de café de Seattle até destaca os grãos do país como “referência de qualidade” no site da 💥️rede.
Mas essas vantagens não são suficientes para as 125 mil famílias que cultivam café na Guatemala, que enfrentam custos mais elevados com a mudança climática e a pandemia, disse 💥️Juan Luis Barrios, cafeicultor que também é o novo presidente da Associação Nacional do Café da Guatemala.
“Não há incentivos para expandir”, disse Barrios em entrevista por telefone. “O preço atual não é suficiente para um salário mínimo.”
Os contratos futuros de arábica em Nova York são negociados pela metade do preço há uma década. O contrato mais ativo foi negociado a US$ 1,19 a libra-peso na quarta-feira.
A ampla oferta do 💥️Brasil manteve os preços baixos, pois o maior produtor mundial se beneficiou da alta do dólar frente ao real para expandir a produção, enquanto as moedas da 💥️Colômbia e da Guatemala mostraram melhor desempenho em relação às verdinhas, o que, segundo Barrios, prejudicou cafeicultores.
“Poucas famílias saíram do mercado, mas muito poucas também entraram”, disse Barrios. “Uma fazenda de pequeno a médio porte não está cobrindo o custo de produção.”
Pequenos cafeicultores representam agora 97% dos produtores da Guatemala, e os grandes estão desaparecendo, 💥️disse o Departamento de Agricultura dos 💥️Estados Unidos em maio.
Muitos pequenos agricultores produzem com prejuízo, com custos entre US$ 190 e US$ 230 por saca de 60 quilos, em comparação com preços internacionais de cerca de US$ 170 a US$ 190 para a temporada de 2023, disse a agência.
O clima também afeta cafeicultores com o aumento das temperaturas globais e mudança dos padrões climáticos, o que causa mais eventos adversos.
Um número recorde de tempestades atingiu o Caribe, a América Central e os EUA em 2023, um dos três anos mais quentes já registrados.
A maior umidade devido às tempestades aumenta as chances de pragas como a ferrugem das folhas, uma doença fúngica que se desenvolve em altas temperaturas e que gerou custos de milhões de dólares para cafeicultores ao redor do mundo na última década.
Isso os obriga a gastar mais no controle e prevenção de tais problemas, o que aumenta ainda mais os custos.
“Algumas doenças você aprende a controlar, mas a frequência dos ciclos aumentou”, disse Barrios, acrescentando que, neste ano, dois furacões causaram danos em muitas áreas da Guatemala e cortaram o acesso a algumas regiões.
Apesar disso, Barrios estima que o furacão Iota reduzirá a produção em apenas 1% no ano-safra 2023-21, mantendo as exportações anuais totais pouco alteradas em 3,2 milhões de sacas.
O volume ainda está muito abaixo do pico há duas décadas. No geral, a área plantada da Guatemala se manteve em 305 mil hectares.
Para agravar o quadro, estão os 💥️protocolos impostos pela Covid-19 neste ano, que também aumentaram os custos, disse Barrios. A situação dos cafeicultores da Guatemala reflete a de muitos outros na região, como Honduras, o maior exportador, onde as safras foram afetadas por furacões e autoridades ainda calculam o impacto.
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