Aumento da inflação no Brasil não é fruto de incerteza fiscal
Apesar da elevação das incertezas, os ganhos provenientes da consolidação fiscal se mantêm, rebate o Ministério da Economia (Imagem: Flickr/Banco Central)
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do 💥️Ministério da Economia descartou nesta segunda-feira que a deterioração da 💥️inflação no país seja fruto da incerteza em relação à solvência fiscal, em meio a sucessivos ajustes para cima que têm sido feitos para o 💥️IPCA.
Em nota sobre a importância do equilíbrio das contas públicas para a trajetória de inflação, a secretaria reconheceu que um processo desinflacionário ocorreu no início da pandemia de 💥️coronavírus, ao passo que nos últimos meses deste ano tem havido elevação dos preços ao 💥️consumidor.
Mas a SPE afastou a possibilidade de o desarranjo fiscal por conta dos volumosos gastos com o surto de Covid-19 estar afetando expectativas de inflação 💥️para 2023.
“Os resultados dos modelos teóricos mostram que a elevação do risco de insolvência da dívida pública afeta as expectativas futuras de inflação, podendo, em até alguns casos, impactar os preços correntes”, disse.
“No entanto, não há respaldo teórico em relacionar a piora da situação fiscal com deterioração dos preços correntes, mantendo as expectativas longas de inflação ancoradas”, completou a SPE, argumentando que, a despeito das revisões para cima para o IPCA este ano, as projeções para 2023 “têm se reduzido”.
No 💥️boletim Focus desta segunda-feira, feito pelo BC junto a uma centena de economistas, 💥️a estimativa para o IPCA em 2023 subiu pela décima semana seguida, a 4,35%, acima do centro da meta de 4%, que tem margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Em 4 de junho, lembrou a própria SPE, a perspectiva para o IPCA chegou a ficar em um aumento de apenas 1,5% neste ano.
Para 2023, ainda segundo o Focus mais recente, a estimativa é de avanço de 3,34% da inflação, sendo que a meta do ano que vem é de 3,75%, também com banda de 1,5 ponto. Em 4 de junho, esse percentual era de 3,1% & tendo, portanto, se elevado de lá para cá, e não diminuído, embora ainda abaixo do centro da meta.
“O argumento de que o aumento atual dos preços se relaciona com a deterioração da consolidação fiscal parece não ter respaldo nas estimativas de variação deste ativo. Deve-se ressaltar, que, apesar da elevação das incertezas, os ganhos provenientes da consolidação fiscal se mantêm”, destacou a SPE.
A secretaria disse que as expectativas de inflação indicam que a piora recente está limitada “temporalmente”, mas frisou a necessidade de o país prosseguir na trajetória de reformas para aprofundar o quadro de consolidação fiscal “para consolidar os ganhos obtidos e promover melhoras nas taxas longas de inflação implícita e dos juros reais”.
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