George Wachsmann: Sextou depois de recorde histórico nos EUA
Dia seguinte: após recorde, futuros dos EUA engasgam (Imagem: Unsplash/ David Vives)
Bom dia!
Dow Jones, S&P e Nasdaq alcançaram ontem (17) seus respectivos recordes históricos. Na esteira do otimismo, as Bolsas ao redor do mundo também reagiram positivamente. Europa subiu e Brasil também, em seu maior patamar desde janeiro e a menos de 700 pontos da marca de 119 mil pontos. O fluxo de notícias é positivo: vacinação acelerada no mundo, notadamente nos EUA e na Europa, alta das commodities, autoridades monetárias com uma visão bem relaxada e pacote fiscal nos EUA. Diante disso, as Bolsas na Europa sobem em sua abertura hoje. Futuros dos EUA se engasgam, em uma realização. Os prognósticos ainda são positivos e, em máximas, realizações serão naturais e bem-vindas. A ver…
As altas das commodities, principalmente do minério de ferro, ajudaram a mandarmos o Ibovespa para cima dos 119 mil pontos ainda ontem (17). Ao longo da tarde, contudo, o índice corrigiu a alta e fechou ainda na casa dos 118 mil. A aprovação da LDO, com meta de déficit fiscal de R$ 247,1 bilhões para 2023, animou o mercado, principalmente por seu placar avassalador. Sem gatilhos internos, as chances de continuarmos sendo norteados pelo otimismo global ajudam nossa Bolsa a subir com força, flertando inclusive com a perspectiva de bater recorde histórico ainda em 2023 — é possível, ainda que difícil. O fluxo estrangeiro tem sido notável desde novembro e a recente possibilidade de abandono do forward guidance, com chance de o BC subir os juros antes do que pressupúnhamos, melhora as perspectivas para o carry trade. Não muda, contudo, a tentativa de novo equilíbrio macro proposto por Guedes, de um fiscal austero (ex-Covid), política monetária frouxa (taxa de juros baixa) e câmbio elevado. Os últimos dias do ano podem ser bons, principalmente se a tese de países emergentes e commodities continuar a cair nas rodas de conversa dos investidores internacionais.
O S&P 500 teve alta pelo terceiro dia em otimismo com o progresso em Washington em direção a um novo pacote de ajuda econômica, enquanto o governo relatou o nível mais alto de novos pedidos de auxílio-desemprego desde setembro. O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o número de americanos que se candidataram a benefícios de desemprego aumentou para 885 mil na semana passada, bem acima das expectativas (mediana de 815 mil); adicionalmente, revisou para cima a da semana anterior, para 862 mil.
Enquanto isso, democratas e republicanos estão travando uma batalha sobre o tamanho e o escopo de um pacote de ajuda em um momento em que a economia está mostrando novos sinais de estagnação. Na verdade, os investidores têm encarado dados econômicos ruins como boas notícias, uma vez que empurram o Congresso na direção do estímulo — se fica evidente que a economia não está se recuperando, os agentes políticos ficam mais propensos a abrir espaço para novos estímulos.
Já faz um tempo que o mercado aguarda por um acordo entre congressistas americanos no sentido de uma nova ajuda para substituir os benefícios de desemprego, que estão expirando. Sem receita, os gastos dos consumidores, que impulsionam a maior economia global e a demanda por importações da Ásia, além de outros fornecedores, sofreriam uma redução importante, considerando que o desemprego ainda está alto nos EUA. Vale dizer que, diante da aprovação, teríamos um potencial efeito certeza bem forte, impulsionando ainda mais um rali de fim de ano nas Bolsas, se um acordo for aprovado antes do ano novo.
O progresso no desenvolvimento e distribuição de vacinas contra o coronavírus ajudou a impulsionar a expectativa de que as economias ocidentais podem começar a se recuperar bem em 2023, ainda que leve algum tempo para que haja “maturação” dos efeitos das vacinas. Em pesquisa conduzida pelo Bank of America, 42% dos investidores disseram que a vacina começaria a afetar positivamente a economia de verdade a partir do segundo trimestre, enquanto 28% achavam que poderia haver um impacto já entre janeiro e março.
Ainda, os investidores receberam mais incentivo do Federal Reserve, que ajudou a fortalecer os mercados no início da pandemia. O banco central voltou a se comprometer a continuar comprando títulos até que a economia avance substancialmente, sem deixar de ressaltar, como tem feito tradicionalmente, que o apoio fiscal de Washington é imprescindível. Depois do BCE, na semana passada, e do Fed, na quarta-feira (16), foi a vez de o Banco da Inglaterra reafirmar seu compromisso estimulativo. O banco central britânico manteve a taxa de juros em sua mínima histórica, em 0,1% ao ano, e seu programa de estímulo em £ 895 bilhões (US$ 1,2 trilhão), depois de tê-lo elevado em £ 150 bilhões no mês passado. Hoje será a vez de o Banco do Japão fazer o mesmo. Com tanto dinheiro na economia, é improvável uma correção forte.
No Brasil, em agenda menos movimentada, o Banco Central divulga dados de Balança Comercial, a qual deverá registrar US$ 1 bilhão em novembro, depois de US$ 1,47 bilhão em outubro. Além disso, o BC anunciou também leilão de linha de até US$ 2 bilhões. Por fim, depois de alcançar a marca de mil mortes nas últimas 24 horas ontem, notícias envolvendo a CoronaVac e vacinação no Brasil podem começar a ter mais importância.
No exterior, a reunião do Banco do Japão chama a atenção na Ásia, enquanto na Europa, além da continuidade das negociações em torno do Brexit, preços ao produtor alemão dão o tom — o indicador tem menos probabilidade de subestimar a inflação do que os preços ao consumidor na atual conjuntura. Dados de sentimento de negócios também têm algum destaque na Alemanha. Por fim, nos EUA, teremos resultado da balança comercial, que poderá registrar o maior déficit em conta corrente no terceiro trimestre em mais de uma década.
Curiosamente, a Guerra Comercial de Trump não foi tão bem-sucedida no sentido de reduzir o déficit entre EUA e China. Há quem diga que o déficit apenas significa que os EUA aumentaram seu padrão de vida, financiados por exportações de seus títulos do Tesouro, mas a questão prejudica a retórica republicana — já se passaram mais de dois anos desde que o presidente Trump impôs taxas aos importadores dos EUA de produtos chineses selecionados.
Com isso, a China perdeu gradualmente, ao longo dos meses que se seguiram, cerca de um quarto de sua participação no mercado antes dos impostos. Do outro lado, como consequência, países como México, Taiwan e Vietnã ganharam participação de mercado — a própria China tem disseminado pela Ásia sua produção industrial (incentivo ao Belt and Road Initiative e melhores custos relativamente à China Continental). Ou seja, os EUA não parecem ter substituído as importações chinesas pela produção doméstica.
Mudanças tecnológicas e falta de fonte alternativa de produção proporcionaram pouca efetividade no que a Guerra Comercial se propôs. Por isso, é difícil argumentar que os impostos comerciais foram positivos para qualquer um dos lados — mais fácil argumentar que o resultado de curto prazo possa ter sido negativo para os dois. A abordagem mais multilateralista de Biden, a partir de 2023 com sua nova equipe, poderá levar a novos prognósticos, de fato. Contudo, muito provavelmente a disputa entre EUA e China pela hegemonia global parece ter vindo para ficar.
Fique de olho!
Hoje é o último dia, tecnicamente falando, para você garantir até 12% de desconto na base de cálculo do seu Imposto de Renda (declarado na modalidade completa) investindo em sua aposentadoria. E a maneira para você fazer isso é por meio de uma Previdência PGBL da Vitreo.
Último dia “tecnicamente falando” porque nós sabemos que, depois de hoje, praticamente ninguém programará novas contribuições em 2023 — verdade seja dita, ninguém vai ficar pensando nisso no meio das festas de fim de ano, não é?
Além disso, também é importante considerar o dia de hoje como o último para adesão ao investimento pois o PGBL deve ter seu certificado e débito concluído até 31/12/2020, logo a sua adesão ainda hoje se faz necessária para que haja tempo hábil para finalizar a aplicação.
É quase um dever moral de quem declara IR na modalidade completa investir hoje mesmo em Previdência PGBL, considerando que esse dinheiro irá para o leão de qualquer maneira caso você não o aloque em seu futuro com sabedoria.
Se você não tem uma Previdência Vitreo com regime PGBL, ainda dá tempo de você providenciar hoje mesmo a sua e garantir um pouco mais de tranquilidade para o seu futuro, enquanto tira esse belo naco da boca do leão.
Destacamos que qualquer investimento acima dos 12% que mencionamos acima não aumentará a sua dedução de imposto. Pelo contrário, acabará aumentando o valor do imposto que você pagará no saque do PGBL.
QUERO APROVEITAR O ÚLTIMO DIA PARA PAGAR MENOS IR
Um abraço,
Jojo
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