Chuva na área das hidrelétricas deve seguir abaixo da média em janeiro, diz CCEE
A necessidade dessas térmicas gera maior custo, uma vez que elas têm operação mais cara que as usinas hídricas (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)
As chuvas na região das hidrelétricas, principal fonte de 💥️energia do 💥️Brasil, devem seguir abaixo da média em janeiro, após terem marcado os piores índices do histórico em novembro e dezembro, mesmo já em meio ao chamado “período úmido” no país.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (💥️CCEE) projetou nesta segunda-feira que as precipitações no Sudeste e Centro-Oeste, que concentram os maiores reservatórios, devem ficar entre 78% e 87% da média no primeiro mês de 2023.
Esse cenário vem enquanto os lagos das usinas nessas duas regiões operam com cerca de 17,5% da capacidade de armazenamento, perto das mínimas de 15% tocadas no final de 2014, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (💥️ONS).
Embora o país já esteja em período tradicionalmente de melhores chuvas na área das usinas hídricas, que vai de meados de novembro a abril, o cenário desfavorável tem levado técnicos reunidos no Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) a decidirem pela manutenção de termelétricas mais caras ligadas para atender à demanda.
A necessidade dessas térmicas gera maior custo, uma vez que elas têm operação mais cara que as usinas hídricas. Isso levará à aplicação em janeiro da chamada bandeira tarifária amarela nas contas de luz, que significa na prática uma cobrança adicional para bancar parte dos custos extras e sinalizar a menor oferta.
“No início do mês de dezembro, estávamos com expectativa mais positiva de chuva… até chegarmos ao cenário mais recente, com tendência de chuvas abaixo da média (em janeiro) na maior parte do Brasil e em torno da média no Sul”, disse o analista de Preços da CCEE Rodrigo Azambuja.
Já o bimestre novembro-dezembro foi o pior do sistema elétrico em termos de chuvas se considerada a média para esses meses desde o início dos registros, em 1931, disse a analista Tainá Mota, da CCEE. A quarta pior marca é do ano passado.
No Nordeste, segunda região em reservatórios mas que está com níveis de armazenamento melhores, longe dos piores momentos, graças à ajuda da geração de usinas eólicas as precipitações em janeiro estão estimadas entre 54% e 71% da média, de acordo com os números da CCEE.
No Sul, as previsões da CCEE são mais otimistas, entre 90% e 98% da média.
Em entrevista à Reuters na semana passada, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, disse não ver riscos de oferta de energia apesar das chuvas desfavoráveis nos últimos meses.
Mas ele apontou expectativa de manutenção de térmicas mais caras ligadas pelo menos até janeiro, quando espera que o cenário hídrico comece a apontar melhora.
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