Agravamento da pandemia pode alterar cenário de recuperação do Brasil, diz Bradesco
O risco de frustração com o crescimento global e doméstico aumentou recentemente, diante da piora da pandemia (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)
O agravamento da 💥️pandemia pode alterar o cenário de recuperação em alguns indicadores de atividade econômica do 💥️Brasil e as projeções vão depender da evolução da doença e do processo de vacinação, disse o 💥️Bradesco (💥️BBDC4) em nota com data desta sexta-feira.
“Por ora, o cenário mais provável segue sendo o de efetividade do processo de vacinação e reabertura da 💥️economia ao longo do ano, mas o timing dessa retomada ficou mais incerto”, disse o banco. “Logo, as projeções das demais variáveis do cenário também passaram a apresentar maior variância, em especial em função da possível resposta de política econômica a esse quadro”, completou.
O Bradesco destacou que o comportamento das contas públicas seguirá como ponto de atenção neste ano. O banco avaliou que, apesar de os piores cenários para a 💥️dívida pública não terem se materializado, o cumprimento do teto dos gastos continua desafiador e as despesas obrigatórias devem ser pressionadas pela inflação mais elevada ao final de 2023.
“Assim, reformas que foquem em gastos obrigatórios são ainda mais fundamentais para garantirem a sustentabilidade da dívida à frente, especialmente se houver necessidade de extensão de algum tipo de auxílio focalizado caso a pandemia se agrave”, afirmou a equipe de economistas do Bradesco, chefiada por Fernando Honorato.
Em suas contas, o 💥️Produto Interno Bruto (💥️PIB) terá alta de 3,9% em 2023, depois de queda estimada de 4,5% no ano passado. Retomada do emprego, ciclo de recomposição de estoques, migração de 💥️consumo de bens para serviços e utilização da 💥️poupança circunstancial puxarão o crescimento, assim como o 💥️crédito.
Em relação à política monetária, o Bradesco disse ser “muito provável” que o 💥️Banco Central (💥️BC) inicie um processo de “normalização” do patamar de juros no segundo semestre, com a 💥️Selic saindo dos atuais 2% (mínima histórica) para 4%. Isso ocorreria mesmo com a 💥️inflação medida pelo 💥️IPCA ficando em 3,30%, abaixo da meta perseguida pelo BC para este ano (3,75%).
O banco acredita que o real seguirá a reduzir o gap com os pares e encerrar o ano em R$ 5 por dólar (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)
“Em um cenário de recuperação da atividade, o elevado grau de afrouxamento da política monetária — o próprio Banco Central estima o juro real neutro em 3,0% — e o gradativo aumento de relevância das projeções de inflação de 2022 ao longo deste ano devem levar o 💥️Copom a elevar a Selic”, disse o Bradesco.
Do lado do 💥️câmbio, o banco acredita que o 💥️real seguirá a reduzir o gap com os pares e encerrar o ano em 5,00 por 💥️dólar, cenário que pressupõe manutenção do teto de gastos, continuidade de retomada da atividade e início da normalização monetária.
Mas o risco de frustração com o crescimento global e doméstico aumentou recentemente, diante da piora da pandemia, o que pode limitar uma apreciação do câmbio neste início de ano.
“O mesmo raciocínio é válido caso haja desvios da agenda de consolidação fiscal, resposta inadequada ao agravamento da pandemia ou atraso relevante no processo de 💥️vacinação. Nesses casos, as incertezas sobre o cenário tendem a prevalecer e levar o real a ter um desempenho novamente pior do que os pares”, concluiu o banco.
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