Real mantém padrão e amarga pior desempenho no mundo com temor sobre economia

Dinheiro

No ano, a moeda brasileira já é a de pior desempenho, depois de em 2023 despencar 22,70% (Imagem: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

O 💥️dólar saltou 2% ante o real nesta sexta-feira, na maior alta em quatro meses, impulsionado por ordens automáticas de compras após a moeda romper duas resistências técnicas, com ampla incerteza sobre o cenário doméstico diante do atraso na 💥️vacinação, dos efeitos econômicos da pandemia e de potenciais aumentos de gastos por causa da crise sanitária.

O ambiente externo mais arisco nesta sexta pesou contra o real, que caiu assim como boa parte de seus pares emergentes.

O peso mexicano, por exemplo, cedia 1,1% no fim da tarde.

Mas o “gap” negativo da moeda brasileira persistiu. Enquanto o real se desvalorizou 2,08%, o peso chileno moeda com o segundo pior desempenho na sessão depreciava 1,4%.

“O ativo brasileiro mais surrealmente fora de preço é a moeda”, comentou Luiz Fernando Alves, sócio do Fundo Versa. “Com as 💥️commodities onde estão, os termos de troca nunca foram tão favoráveis. Temos superávit em conta corrente, reservas, e somos a pior moeda emergente pós-crise.

Essa é a melhor ilustração do risco-Bolsonaro”, disse no Twitter.

O governo brasileiro tem sido criticado pela demora na disponibilização de vacinas à população. Enquanto isso, os casos de 💥️Covid-19 disparam e novas medidas restritivas são adotadas em algumas regiões.

O 💥️Estado de São Paulo que responde por um terço do 💥️PIB do Brasil endureceu restrições ao funcionamento de estabelecimentos como bares, restaurantes, comércios não essenciais e 💥️shoppings.

“Isso deve trazer um impacto econômico e, com isso, provavelmente levar o BC a esperar mais antes de subir os juros. E isso não ajudaria a defender o câmbio”, disse Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável e derivativos do BTG Pactual digital.

Profissionais do mercado comentaram ao longo do dia sobre a possibilidade de o 💥️Banco Central intervir nas operações para amenizar a pressão cambial, já que o real, por mais uma vez, liderou as perdas entre as moedas globais na sessão.

No ano, a moeda brasileira já é a de pior desempenho, depois de em 2023 despencar 22,70%, ficando entre as maiores quedas.

Uma intervenção agora via swaps cambiais, na avaliação de alguns players, poderia deixar o mercado ainda mais volátil e passar a impressão de problema de comunicação apenas dois dias depois da tentativa de emitir uma mensagem mais “hawkish” (inclinada a aperto monetário).

“Acho que quando o dólar começar a se aproximar de 5,50 reais, 5,60 reais então o BC pode começar a se mostrar presente”, disse Zanlorenzi.

Dólar, Câmbio, Dinheiro

O dólar avança 5,51% em 2023 (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

No fechamento, o dólar à vista subiu 2,12%, a 5,4778 reais na venda. É a maior valorização percentual diária desde 23 de setembro do ano passado (+2,18%). O patamar é o mais alto desde a taxa de 5,5033 reais marcada no último dia 11.

Na semana, a cotação ganhou 3,28%%. Em 2023, o dólar avança 5,51%. A magnitude das variações chama atenção. Na semana passada, o dólar caiu 2,09%, após saltar 4,34% na semana anterior.

Com a recente depreciação do real, o 💥️Bank of America encerrou posição comprada na moeda brasileira em relação ao peso chileno. O real tombou 5,66% ante o peso apenas nas últimas cinco sessões.

Na semana que vem, o mercado vai analisar o detalhamento dos argumentos do Banco Central para retirar o “forward guidance” da política monetária, com a divulgação da ata da última reunião do Copom. Investidores vão observar ainda declarações do ministro da Economia, 💥️Paulo Guedes, e do presidente do BC, 💥️Roberto Campos Neto.

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