Eletrobras: permanência de Wilson Ferreira Junior estava atrelada ao andamento da privatização
Wilson Ferreira Junior permanecerá no comando da Eletrobras até 5 de março, visando ajudar na transição para um sucessor ainda a ser indicado (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente da 💥️Eletrobras (💥️ELET3;💥️ELET5;💥️ELET6), Wilson Ferreira Junior, 💥️anunciou que renunciará ao cargo, por motivos pessoais, após cerca de quatro anos e meio à frente da estatal, conforme fato relevante divulgado na noite de domingo pela maior empresa de 💥️energia elétrica da 💥️América Latina.
Ferreira, que fez carreira no setor privado e foi indicado para assumir o comando da elétrica em junho de 2016, ainda no governo do ex-presidente 💥️Michel Temer, permanecerá na função até 5 de março, visando ajudar na transição para um sucessor ainda a ser indicado.
Ele foi mantido no cargo na transição para a administração de 💥️Jair Bolsonaro, sob expectativas de que liderasse a continuidade de planos para a 💥️privatização da companhia.
Mas a saída do executivo, que antes da Eletrobras presidiu por 18 anos a 💥️CPFL Energia (💥️CPFE3), vem após poucos avanços na desestatização. Um projeto de lei nesse sentido encaminhado pelo Ministério de Minas e Energia do atual governo ao Congresso no final de 2023 sequer teve relator definido até o momento.
Em nota a clientes, a corretora 💥️XP Investimentos disse que a permanência de Ferreira no cargo estava atrelada ao andamento da desetatização e destacou que sua saída “ocorre em meio à sinalização dos principais candidatos à presidência da 💥️Câmara e do 💥️Senado de que a privatização da estatal não é prioridade”.
O candidato da gestão Bolsonaro à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou em entrevista ao jornal 💥️O Estado de S. Paulo na semana passada que a privatização da Eletrobras não seria uma prioridade.
Também na semana passada, a candidata do MDB à chefia do Senado, Simone Tebet, disse que seria difícil saber neste momento se o projeto de desestatização seria aprovado em 2023.
As declarações dos políticos derrubaram as ações da Eletrobras, que acumulam desvalorização de cerca de 15% neste ano.
A coluna do jornalista Lauro Jardim no jornal O Globo afirma que Ferreira deve assumir a presidência da 💥️BR Distribuidora (💥️BRDT3). Procurada, a BR disse que não comentaria. Não foi possível contato imediato com o executivo para comentários.
LEGADO
A Eletrobras destacou que “atingiu lucros históricos” sob a gestão Ferreira (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)
No comunicado sobre a mudança na administração, a Eletrobras destacou que “atingiu lucros históricos” sob a gestão Ferreira, que apostou inicialmente em cortes de 💥️investimentos e vendas de ativos para reduzir a alavancagem da estatal e recuperar os resultados.
Ele assumiu a empresa depois que medidas do governo federal para reduzir as tarifas de energia a partir de 2012 haviam levado a Eletrobras a acumular mais de 30 bilhões de prejuízos até 2015.
A companhia voltou ao positivo ainda em 2016 e registrou em 2018 o maior lucro em duas décadas, de 13,3 bilhões de reais, após ter se livrado ao longo daquele ano de uma série de distribuidoras de energia deficitárias nas regiões Norte e Nordeste, que foram privatizadas.
Ferreira também promoveu programas de demissão voluntária que reduziram significativamente o quadro da estatal, responsável por cerca de um terço da capacidade de geração e metade das redes de transmissão do país, visando reduzir custos e gerar ganhos de eficiência.
A Eletrobras destacou que ele também padronizou estatutos sociais das companhias do grupo e simplificou sua estrutura, com a venda, incorporação e encerramento de participações em empresas, além de ter atuado por um acordo nos 💥️Estados Unidos que encerrou ações contra a estatal relacionadas a achados da 💥️Operação Lava Jato.
Antes de deixar o posto, Ferreira também ensaiou um retorno da Eletrobras a novos investimentos& subsidiárias da empresa chegaram a fazer propostas para arrematar projetos em um leilão de concessões para novos empreendimentos de transmissão de energia realizado pelo governo em dezembro, embora sem sucesso.
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