Em dia volátil, dólar fecha em alta por compras defensivas e rolagens
A cotação subiu 0,62%, a 5,4365 reais na venda (Imagem: REUTERS/Marcelo Del Pozo)
O 💥️dólar teve uma quinta-feira de volatilidade e fechou a sessão em alta, com o real descolando de pares em meio a compras defensivas da moeda norte-americana e à intensificação de rolagens de posições em derivativos com a aproximação do fim do mês.
Alguns profissionais lembraram ainda que o 💥️Banco Central vendeu apenas metade dos 16 mil contratos de swap cambial tradicional em leilão de rolagem nesta quinta, o que foi lido por alguns como uma “briga” de preço com o BC, elevando a instabilidade no mercado.
O dólar subiu 0,62%, a 5,4365 reais na venda, após oscilar entre 5,4616 reais (+1,08%) e 5,3907 reais (-0,23%).
Na B3, o dólar futuro tinha alta de 0,30%, a 5,4305 reais, às 17h21. As operações com derivativos cambiais na bolsa se encerram às 18h30.
Comentários nas mesas apontaram que o câmbio foi afetado por demanda por “hedge” por parte de investidores que compraram ações na bolsa. O 💥️Ibovespa (💥️IBOV) subia 2,6% no fim da tarde.
O trade “compra de dólar/compra de bolsa” foi bastante comum nos últimos tempos, mas sofreu um revés mais recentemente conforme o Banco Central sinalizou aumento dos juros, o que tornaria mais cara essa estratégia, já que juros mais altos elevariam o custo de carregamento de posições vendidas em real.
“E parece que o Kanczuk foi muito ‘dove’ em reuniões privadas”, disse um gestor, referindo-se a Fabio Kanczuk, diretor de Política Econômica do BC, que se reuniu com investidores privados nesta quinta.
Os termos “dove” e “dovish” são jargões do mercado financeiro que designam uma postura de política monetária menos dura em relação à inflação o que, por sua vez, sugere menos ou falta de inclinação para altas de juros.
O dólar despencou 2,7% na terça-feira, quando a ata do Copom indicou um BC mais disposto a elevar a Selic.
Enquanto isso, a volatilidade cambial seguiu em alta e bateu 19,808% nesta quinta, máxima desde o começo de outubro. A instabilidade do real fez o Goldman Sachs incluir a moeda brasileira no grupo das moedas emergentes “arriscadas”, do qual também fazem parte rand sul-africano e lira turca que nesta quinta se valorizavam ante o dólar.
Reforçando o caráter idiossincrático da performance aquém do real, o Goldman Sachs avaliou que a “falta de desempenho superior” desse grupo de moedas emergentes arriscadas tem sido uma constante nos últimos 12 meses e não parece, por ora, uma preocupação particular para um rali amplo nos mercados de risco.
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