Real fecha 1º mês do ano na lanterna; mercado aguarda eleições no Congresso de olho em fiscal
O dólar despencou 2,7% na terça-feira, quando a ata do Copom indicou um BC mais disposto a elevar a Selic (Imagem: Money Times/Diana Cheng)
O 💥️dólar fechou em alta nesta sexta-feira, chegando a superar 5,50 reais, puxado pela combinação de ambiente externo avesso a risco e ajustes na comunicação do💥️ Banco Central, com o mercado na defensiva às vésperas das eleições para o comando das casas legislativas.
O dólar subiu 0,77%, a 5,4786 reais na venda. A moeda oscilou entre 5,507 reais (+1,30%) e 5,4222 reais (-0,26%).
Na semana, a cotação ficou no zero a zero e só não subiu devido ao tombo de 2,71% da terça-feira.
Em janeiro, a moeda saltou 5,53%, maior alta mensal desde março de 2023 (+15,92%), no estouro da pandemia de 💥️Covid-19. A valorização ocorreu após dois meses seguidos de perdas: de 2,90% em dezembro e 6,82% em novembro.
No exterior, moedas como peso mexicano e dólar australiano consideradas termômetros do apetite geral por risco& depreciavam, enquanto Wall Street sofria uma nova onda de vendas após incertezas sobre eficácia de vacina da J&J e receios sobre novas operações especulativas com ações.
O real até teve performance melhor que seus pares regionais na semana, mas no cômputo de janeiro a divisa mostrou o pior desempenho global atrás até mesmo do nocauteado peso argentino.
A fraqueza da divisa brasileira está associada, entre outros motivos, aos juros baixos, que deixam a moeda mais vulnerável a apostas de venda, num contexto de ampla incerteza sobre os rumos da política fiscal.
O mercado considerou que declarações feitas na quinta pelo diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, e pelo presidente do BC, 💥️Roberto Campos Neto, esfriaram apostas em alta breve dos juros, o que acabou golpeando o real já na quinta e também nesta sexta.
O dólar despencou 2,7% na terça-feira, quando a ata do Copom indicou um BC mais disposto a elevar a Selic.
Nesta sexta, dados mostraram explosão do déficit primário em 2023 e dívida pública em um recorde perto de 90% do PIB.
“Diante da perspectiva de menor crescimento e das incertezas fiscais, o real deve se manter pressionado neste início de ano”, disse o Bradesco em nota na qual rebaixou a perspectiva de expansão do PIB neste ano de 3,9% para 3,6%, citando o agravamento da pandemia.
“Enquanto não for descartada a hipótese de um estímulo fiscal amplo em 2023, a moeda tende a se manter bastante descolada dos pares”, afirmou o banco privado, considerando, “por ora”, cenário-base em que a regra do teto será mantida e eventuais estímulos não comprometerão de maneira relevante a trajetória esperada para a dívida pública.
No fim do ano, o Bradesco espera que o dólar esteja em 5,00 reais.
De olho nos desdobramentos para a política fiscal, o mercado encerra a semana na expectativa pelas eleições, na semana que vem, para os comandos da Câmara e do Senado, com os dois candidatos publicamente apoiados pelo governo Arthur Lira (PP-AL) para a Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) ao Senado mantendo favoritismo.
“Ontem o PR (presidente da República), finalmente, defendeu explicitamente a bandeira de austeridade fiscal da equipe econômica… Semana que vem, se confirmada a vitória do Lira e o discurso continuar alinhado, acho que vai ser muito positivo para os mercados”, disse Marcos Mollica, gestor de fundos multimercados do Opportunity.
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