Paulo Gala: Educação sem indústria gera fuga de cérebros
A educação que não encontra respaldo em oportunidades no mercado de trabalho promove fuga de cérebros (Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil)
Certa vez, conversando com um amigo pesquisador alemão que estudava desigualdade e 💥️educação na Paraíba, fiquei chocado com um relato.
Numa cidade do interior da Paraíba, todos queiram estudar para sair dali o quanto antes. O objetivo principal era 💥️São Paulo, onde os salários são “altos”. A universidade e o estudo eram vistos como passaporte para emigrar para capitais ou para fora do país.
Ninguém tinha objetivo de ficar e aplicar os conhecimentos para melhorar o lugar; a pobreza e falta de oportunidades era tanta que o único estímulo era partir dali, mesmo que deixando conhecidos e família para trás.
Pensando com mais calma depois tudo isso me pareceu óbvio: a educação que não encontra respaldo em oportunidades no mercado de trabalho promove fuga de cérebros. Sem sistema produtivo para abrigar seus cérebros notáveis, um país acaba simplesmente educando mão de obra para os outros, o famoso “brain drain”.
Desenvolvimento econômico é acúmulo de capital humano, acúmulo de conhecimento de uma sociedade que se traduz na capacidade de produzir bens e serviços complexos que geram poder de monopólio e “lucros excedentes”.
Para isso, não basta apenas investir em educação! Precisa de 💥️indústria! O setor industrial converte o acúmulo de conhecimento em produtos e serviços que geram o poder de monopólio.
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