Dólar se acomoda após alta da véspera e com atenção a política
A moeda negociada no mercado à vista caiu 0,17%, a 5,4456 reais na venda (Imagem: REUTERS/ Yuriko Nakao)
O 💥️dólar fechou em leve queda nesta terça-feira, mas não sem oscilar entre ganhos e perdas mais elásticos, com investidores ainda ressabiados com o futuro da agenda liberal após entendimento de ingerência do governo em estatais.
A queda veio na reta final dos negócios, enquanto o presidente 💥️Jair Bolsonaro aproveitava solenidade no 💥️Palácio do Planalto com prefeitos para fazer afagos ao ministro da Economia, 💥️Paulo Guedes.
A moeda negociada no mercado à vista caiu 0,17%, a 5,4456 reais na venda. Ao longo da jornada, variou entre 5,485 reais (+0,55%) e 5,4089 reais (-0,85%).
De forma geral, o câmbio acompanhou a melhora no sinal de moedas emergentes no exterior, na esteira do alívio nas taxas de retorno dos títulos soberanos dos 💥️Estados Unidos, após declarações do chair do 💥️Federal Reserve (banco central dos EUA), 💥️Jerome Powell.
A queda dos rendimentos dos Treasuries reduz o diferencial de juros a favor do dólar, tirando atratividade da moeda norte-americana e aumentando o interesse por ativos mais arriscados, como moedas emergentes e ações.
Mas o mercado cambial seguiu atento ao noticiário sobre o governo e tentativas de interferência em empresas estatais, bem como movimentações em torno da agenda de reformas e do auxílio emergencial.
O presidente da Câmara, 💥️Arthur Lira (PP-AL), prometeu um andamento “sumaríssimo” para a chamada PEC Emergencial na Casa assim que ela for enviada pelo Senado.
Guedes cancelou em cima da hora participação em evento internacional virtual para se reunir com Lira e tratar da agenda fiscal do governo.
“Lira falou muito bem. Parecia até o Paulo Guedes, só que político”, comentou um gestor.
Além disso, o mercado gostou da notícia de que o governo trabalha para publicar ainda nesta terça-feira medida provisória associada a seus planos de privatização da 💥️Eletrobras (💥️ELET3), informação revelada à Reuters por três fontes com conhecimento do assunto.
Na segunda-feira, o dólar saltou 1,31%, depois de declarações do presidente Jair Bolsonaro e sua decisão de trocar o comando da 💥️Petrobras (💥️PETR4) alimentarem rumores sobre uma virada na política econômica e temores sobre como Guedes ainda visto como fiador da agenda de reformas econômicas e de equilíbrio fiscal reagiria às mudanças.
“Uma saída de Guedes consolidaria uma guinada rumo ao populismo econômico. Acho que o impacto (nos mercados) seria bem maior do que o que a gente viu ontem”, disse Sergio Goldenstein, consultor independente, estrategista na Omninvest Independent Insights e ex-chefe do Departamento de Operações de Mercado Aberto do Banco Central.
Nesse contexto, o problema fiscal considerado por analistas de mercado o mais grave que o país enfrenta está por trás da volatilidade do câmbio e agora exige que o BC comece a subir os juros, de acordo com Marcos Mollica, gestor de fundos multimercados do Opportunity.
“Não tinha nada errado com a política monetária. A volatilidade do câmbio vinha do fiscal. O erro foi não dar sinais claros de volta ao caminho da austeridade”, disse Mollica, acreditando que o Copom deveria subir os juros na reunião de março e ao ritmo de 50 pontos-base.
Alguns no mercado defendem que o patamar baixo da Selic estaria relacionado à maior volatilidade nos preços do dólar, por deixar o juro real negativo e, assim, facilitar o uso da moeda brasileira como ativo de financiamento e “hedge”.
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